Trabalhadores com 30 anos de serviço a auferirem o salário mínimo, 20 anos para progredir na carreira e semanas de trabalho sem ir a casa estão entre os motivos de um protesto realizado hoje junto ao Ministério da Saúde.
A lista de reivindicações dos trabalhadores do setor da saúde contém 30 pontos, disse à agência Lusa a coordenadora da Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais Elisabete Gonçalves, durante uma concentração que reuniu cerca de 50 dirigentes e delegados sindicais.
Os trabalhadores querem iniciar um processo negocial e queixam-se de que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, não os recebe.
Até à data, segundo a dirigente, apenas foram recebidos pela secretária de estado da Gestão da Saúde, em julho, sem que daí resultasse qualquer iniciativa. “Ficou de nos dar uma resposta e ainda não o fez”, afirmou a dirigente.
“Temos carreiras que precisam de ser revistas”, indicou, apontando como exemplo os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e os técnicos superiores de saúde, entre muitos outros.
Os sindicatos que hoje se manifestaram, afetos à CGPT, reclamam a valorização das carreiras e a contratação de trabalhadores para todos os setores da saúde.
“O facto de não termos trabalhadores da saúde obriga a que estes façam horas suplementares, de tal forma que não conseguem ir a casa, muitas vezes numa semana um ou dois dias só”, lamentou, considerando que a saúde é “uma área de risco e penosa” para os profissionais.
“A saúde faz-se não só de médicos e enfermeiros. Existem muitos outros trabalhadores que precisam de ser valorizados e depois temos também a carreira do INEM, dos técnicos de emergência pré-hospitalar”, defendeu a dirigente sindical.
Hoje foi entregue mais um pedido de reunião no Ministério da Saúde, acompanhado de uma proposta reivindicativa.