Militares israelitas invadiram hoje de manhã o hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que está sem contacto com o interior das instalações.
O ataque começou na noite de quinta-feira, primeiro com bombardeamentos que atingiram o hospital e zonas circundantes, segundo fontes locais citadas pela agência de notícias palestiniana WAFA.
“Não compreendemos como o mundo pode ficar parado face ao mais atroz genocídio e à operação sistemática para destruir o sistema de saúde e matar e deter doentes e pessoal médico, sem fazer nada”, criticou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo islamita palestiniano Hamas, em comunicado.
Desde 05 de outubro, as forças israelitas intensificaram os seus ataques terrestres e bombardeamentos pesados em várias áreas do norte de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) já tinham cercado a unidade hospitalar na quinta-feira, bloqueando a entrada de mantimentos, relatou a WAFA.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou "muito preocupantes" as informações sobre o hospital localizado em Beit Lahiya e disse não ter contacto com os funcionários da unidade.
Antes da incursão militar, cerca de 50 doentes e funcionários tinham sido retirados, mas o hospital ainda alberga cerca de 200 doentes e centenas de deslocados.
“O acesso aos hospitais em Gaza é cada vez mais difícil e expõe o pessoal a perigos desnecessários”, lamentou o diretor-geral da OMS, numa mensagem publicada nas redes sociais e na qual voltou a apelar para um “cessar-fogo imediato”, sublinhando que “todos em Gaza precisam de paz”.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, onde já morreram mais de 42 mil pessoas, na maioria civis, de acordo com o governo local controlado pelo Hamas desde 2007.