Uma comissão internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) que se dedica a investigar crimes de guerra assegurou hoje ter reunido provas suficientes de que as autoridades russas recorrem à tortura contra civis e prisioneiros de guerra ucranianos.
Esta comissão concluiu que a tortura tornou-se uma prática “comum e aceitável”, que goza de impunidade.
O relatório da investigação foi apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, pelo presidente da comissão, Erik Mose.
De acordo com os testemunhos recolhidos nesta investigação, verificou-se o uso recorrente de violência sexual, nomeadamente contra homens detidos.
As práticas decorrem nos centros de detenção, por vezes, com a participação dos próprios médicos prisionais.
Os entrevistados relataram ainda à comissão danos físicos e psicológicos, mostrando dificuldade em reintegrar-se na sociedade e em manter relacionamentos.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).