O PCP questionou hoje o Governo sobre os atrasos da implementação do ‘metrobus’ e pediu esclarecimentos sobre a estação de carregamento de hidrogénio que consta do projeto da Metro do Porto.
Numa pergunta assinada pelo deputado Alfredo Maia e dirigida ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, o PCP afirmou que o calendário da Metro do Porto, empresa da qual o Estado é acionista maioritário, está “aquém do necessário”, mas esta é também uma “responsabilidade de sucessivos governos do PS e do PSD/CDS”.
Sobre a obra de BRT [Bus Rapid Transit, vulgo metrobus], o PCP recorda que o concurso público para aquisição de viaturas destinadas ao serviço estipulava o dia 28 de junho como data de receção de oito veículos, enquanto os restantes quatro veículos chegariam até ao final de agosto, algo que não veio a acontecer.
“Apesar de reconhecer um ligeiro atraso na entrega das viaturas, a Metro do Porto garantia que estas chegariam até ao final deste ano. Agora, há uma nova perspetiva que aponta e entrega dos veículos apenas para meados de 2025”, lamentou o PCP, que quer saber “para quando está prevista a circulação de veículos adequados ao serviço ‘metrobus’ no Porto”.
“Qual a razão para o atraso na entrada em funcionamento das viaturas? Que medidas tomou para evitar estes atrasos e as suas consequências para os utentes?”, são outras das perguntas.
Os comunistas também pediram esclarecimentos sobre se “o sistema foi montado de forma a não comprar hidrogénio”, apontando que a empresa iria “desenvolver um sistema” no qual a própria iria “produzir hidrogénio”.
Referindo-se à instalação nas garagens da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) de postos de produção e armazenamento destinado às viaturas “metrobus” da sua frota, numa primeira fase, e para veículos ligeiros também numa fase posterior, o PCP questionou a tutela sobre este projeto.
“Confirma que a Metro do Porto está a construir, como anunciado, nas instalações da STCP, um posto de produção e armazenagem de hidrogénio? Qual o ponto de situação desse processo e quando se prevê que esteja em condições de produzir o suficiente para abastecer a frota de ‘metrobus’ já encomendada?”, questionou.
Em 23 de agosto, a Metro do Porto anunciou a conclusão geral da empreitada da primeira fase do ‘metrobus’ (Casa da Música - Império), mas remeteu a finalização dos acabamentos para o final de setembro.
Faltam chegar os veículos a hidrogénio encomendados pela Metro do Porto que farão a operação, fazendo com que uma solução provisória esteja atualmente em discussão entre Câmara do Porto, STCP e Metro do Porto.
A autarquia e a STCP sugeriram a utilização provisória do canal do metrobus da Avenida da Boavista pela linha 203 até à chegada dos autocarros a hidrogénio.
O ‘metrobus’ do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império (obra quase concluída) e à Anémona (na segunda fase) em 12 e 17 minutos, respetivamente.
Os veículos definitivos do serviço serão autocarros a hidrogénio semelhantes aos do Metro do Porto e custaram 29,5 milhões de euros. Já a empreitada do ‘metrobus’ custa cerca de 76 milhões de euros.