O presidente da Iniciativa Liberal apresentou hoje uma iniciativa que insta o Governo a testar o modelo de parcerias público-privadas em unidades locais de saúde, para que se compare a sua resposta com as que são geridas pela administração pública.
Este projeto de resolução foi apresentado por Rui Rocha após se ter reunido com a direção do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, no âmbito das jornadas parlamentares do partido.
O líder da Iniciativa Liberal (IL) explicou aos jornalistas que a iniciativa insta o Governo a lançar um projeto-piloto junto de algumas Unidades Locais de Saúde (ULS), para que adotem o modelo de parcerias público-privadas e depois se possa comparar “como é que respondem os diferentes modelos” e se aposte nos que são “de excelência”.
Após ter visitado o Hospital São Francisco Xavier, Rui Rocha salientou que o hospital tem “serviços de excelência” no que diz respeito à obstetrícia e à neonatologia, o que comprova que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem “excelentes exemplos de profissionais e de serviços prestados às populações”.
Rui Rocha reconheceu que, numa altura em se assinalam os 45 anos do SNS, a criação do serviço foi um “avanço civilizacional para o país”, mas defendeu que é preciso “escolher os melhores exemplos e ver como é possível estruturar o sistema no seu conjunto para prestar serviços de excelência à população”.
“É aí que a IL diverge da generalidade dos partidos políticos. Todos os outros entendem que o SNS deve ser a única resposta e que o resto da resposta existente no país só deve entrar quando o SNS falha. Nós entendemos que o SNS deve ser forte, que estes exemplos de excelência devem ser replicados mas que, para isso, é fundamental que o sistema permita que seja o utilizador a escolher”, referiu.
Rui Rocha salientou que “o utilizador escolherá o que é de excelência”, salientando que, em casos como o Hospital São Francisco Xavier, tenderia a escolher o SNS, mas “noutros casos, em que outras alternativas estejam mais avançadas, escolherão esses serviços mais avançados”.
O líder da IL manifestou ainda uma “preocupação adicional” relativamente ao encerramento das urgências de obstetrícia e pediatria, salientando que o encerramento rotativo tem sido “grave para a saúde das mulheres”, mas também “penalizador para as crianças”, designadamente quando têm complicações, porque implicam transferências.
Rui Rocha frisou que este é um exemplo de uma situação em que é necessário um “serviço de excelência”, acrescentando que o encerramento rotativo de urgências “não está a assegurar os mínimos necessários de qualidade de serviço às grávidas e às crianças”.
Nestas declarações aos jornalistas, Rui Rocha anunciou que a IL optou por cancelar os eventos desta tarde relacionados com as suas jornadas parlamentares, tendo em conta os incêndios que estão a assolar o país, apesar de ressalvar que os deputados vão continuar a trabalhar, mas sem exposição pública.
“Não é tempo de fazer política, é tempo de prestar socorro, de assegurar que as próximas horas, que são ainda muito críticas, correm o melhor possível e de manifestar total solidariedade às pessoas afetadas, às famílias e corporações de bombeiros que estão neste momento no terreno”, frisou.
Questionado se concorda com a criação de uma equipa multidisciplinar para acompanhar os incêndios, anunciada pelo primeiro-ministro, Rui Rocha disse que, “se isso permitir que haja apoio adicional e coordenação adicional para quem está no terreno e quem está a ser afetado por estes incêndios é sempre uma medida positiva”.
“Espero que contribua esta medida para ajudar onde for possível. Creio que depois virá o tempo de fazermos as avaliações, mas não de facto agora. Não é o momento”, afirmou.