Angola recebeu hoje, pela primeira vez, 1,4 milhões de doses da vacina contra o cancro do colo do útero, com mais de 300 casos diagnosticados anualmente, para meninas dos nove aos 12 anos, divulgou o Ministério da Saúde.
Em declarações à imprensa, a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutukuta, referiu que é a primeira vez que Angola introduz no setor público a vacina CECOLIN, fabricada pelo laboratório da INOVAX e pré-qualificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como altamente eficaz e segura.
Sílvia Lutukuta avançou que em novembro vai iniciar uma forte campanha de vacinação, em estreita colaboração com o Ministério da Educação, frisando que Angola tem uma população de cerca de 2,1 milhões de crianças às quais precisa de administrar essa vacina.
A titular da pasta da Saúde assegurou que este é o primeiro lote de um total de 2,2 milhões de doses que Angola vai receber.
“Como sempre nós temos que nos antecipar, trabalhar na prevenção, porque o cancro do colo do útero, é o segundo cancro no nosso seio nas mulheres, em primeiro lugar temos o cancro da mama (…) e todos os anos temos mais de 300 casos diagnosticados e que, infelizmente, chegam tarde às nossas instituições e que tem sido causa de luto e dor no seio das nossas famílias e sobretudo em mulheres jovens”, referiu.
A governante angolana realçou que em novembro, durante sete dias, será realizada uma campanha maciça em mais de 1.500 escolas e depois chegar às crianças que estão fora do sistema de ensino.
De acordo com Sílvia Lutukuta, a partir de 2025 esta vacina vai fazer parte do calendário nacional de vacinação.
Dados do Instituto Angolano de Controlo do Cancro indicam que em Angola, só em 2022, foram tratados 915 casos de cancro do colo do útero, cerca de 1,7% de todos os casos de cancro, estimando as autoridades que a incidência real de casos deste tipo de cancro no país é provavelmente ainda maior devido às limitações de diangóstico.
Sílvia Lutukua apelou às famílias angolanas e às Igrejas, para a sua mobilização “contra este grande mal”, destacando que “a vacina é segura, salva-vidas, e muito eficaz, é de toma única e está muito bem estudada, não tem efeitos colaterais”.
“Temos uma população alvo, a nível mundial, que já fez esta vacina, são milhões e milhões de pessoas que já fizeram esta vacina sem efeitos colaterais, então traga a sua menina dos nove aos 12 anos, autorize que seja vacinada na escola, porque esta vacina de facto salva-vidas”, aconselhou.
Por sua vez, a ministra da Educação de Angola, Luísa Grilo, disse que o departamento trata da saúde escolar, contempla as vacinas e outras atividades com o Ministério da Saúde.
“Mobilizar os professores não é muito complicado e os alunos estão na escola, cada professor é mobilizador do seu grupo-alvo, portanto, não é muito complicado nós fazermos isso”, disse.
Luísa Grilo disse que o trabalho de sensibilização vai começar pelas comissões de pais e encarregados de educação das escolas, passando depois para assembleias de turma com os próprios alunos, mostrando as vantagens de apanhar a vacina contra o cancro do colo do útero.