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ULS de Coimbra quer ter cobertura total de médicos de família em dois anos

Lusa
06-09-2024 12:55h

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, com uma comunidade de 410 mil utentes na região, pretende assegurar cobertura total de médicos de família no espaço de dois anos, tendo, de momento, 25 mil pessoas sem este serviço assegurado.

“Acreditamos que, em dois anos, seja possível encontrar a solução para a cobertura de médico de família” na região de influência daquela unidade, que abrange 21 concelhos, afirmou hoje o presidente da ULS de Coimbra, Alexandre Lourenço, que falava aos jornalistas após a assinatura de contratos com mais 17 médicos especialistas em medicina geral e familiar, que irão assegurar a cobertura a cerca de 28 mil utentes na região.

Segundo Alexandre Lourenço, há ainda a expectativa de preencher mais algumas vagas na segunda fase de candidaturas, estimando que sejam necessários mais 15 médicos de família para assegurar a cobertura total na região.

“A verdade é que também temos problemas bons, porque o concelho de Coimbra tem tido um crescimento da população residente e isso causa-nos novos problemas e, evidentemente, teremos de atrair mais médicos, mas será certamente mais fácil atrair médicos para o concelho de Coimbra do que para outros concelhos mais distantes dos meios urbanos”, notou.

De acordo com o responsável, a cobertura também é assegurada contando com o trabalho “de médicos aposentados, que têm garantido o acesso a médico de família”, mas mesmo contando com futuras aposentações e eventuais rescisões ou saídas por mobilidade, será possível “estabilizar muito o acesso a médico de família na ULS” com “mais dois concursos anuais”.

Questionado pela agência Lusa sobre a evolução das unidades de saúde familiar de modelo B, em que os profissionais de saúde são remunerados mediante indicadores de desempenho, Alexandre Lourenço esclareceu que a ULS de Coimbra passou de 19 deste tipo para “já perto de uma trintena”.

“O nosso objetivo ainda é aumentar este número. Sabemos que as USF de modelo B são vantajosas para atrair estes jovens e para reter os médicos”, salientou.

Aliás, no próprio concurso para os novos especialistas em medicina geral e familiar, notou-se “a dependência destes modelos B” e a passagem para este tipo de USF como parte da negociação.

“Estamos muito empenhados neste processo”, vincou o presidente da ULS de Coimbra.

A ULS de Coimbra conta nos seus quadros com mais de dois mil médicos, registando mais de 10 mil consultas médicas e 200 cirurgias por dia útil.

Esta ULS integra os Hospitais da Universidade de Coimbra, o Hospital Geral (vulgarmente identificado por hospital dos Covões), o Hospital Pediátrico e as maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos e o Hospital Sobral Cid, em Coimbra, além do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, e do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, na Tocha (concelho de Cantanhede).

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