O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) considerou hoje que as alterações aos calendários das provas organizadas pela FIFA e pela UEFA foram impostas de “forma antidemocrática”, agravando o fenómeno da “sobrecarga competitiva”.
Depois de expressar apoio à queixa das Ligas Europeias e da Federação Internacional das Associações de futebolistas (FIFPro) contra a FIFA, relativa ao novo formato do Mundial de clubes, em 2025, com 32 equipas, e do alargamento para 48 seleções no Mundial de 2026, o presidente do organismo vinca que os novos modelos da Liga dos Campeões, da Liga Europa e da Liga Conferência “exigem uma reflexão”.
“O Mundial de clubes foi uma ‘gota’ num ‘oceano’ a transbordar. Critico a forma unilateral e até antidemocrática como o calendário foi imposto, sem consensualização e com a necessidade de articular um calendário já sobrecarregado”, refere Joaquim Evangelista, em declarações à Lusa.
Em vez de 32 equipas repartidas por oito grupos, com seis jornadas, antes da fase a eliminar, a Liga dos Campeões e a Liga Europa passam a ter 36 clubes cada, com oito jogos na fase principal antes das eliminatórias, enquanto a Liga Conferência, também com 36 conjuntos, decorre com seis encontros na fase principal, seguindo-se as eliminatórias.
O dirigente realça que tanto os futebolistas das ligas mais sonantes, como aqueles das ligas pequenas e médias, nas quais inclui a portuguesa, apresentam sinais crescentes de fadiga e crê que a solução para o problema exige “olhar para as competições como um todo”, com vista a “calendários eficientes” que garantam “a saúde e o bem-estar”.
“A conjugação destes calendários afeta o rendimento, a qualidade do jogo, mas sobretudo a saúde física e mental dos jogadores. Esse é o grande desafio do futebol nos próximos anos”, reitera.
A queixa da FIFPro e das Ligas Europeias decorre em paralelo com ações de teor semelhante, interpostas pela Liga espanhola no tribunal de comércio de Bruxelas e pelos Sindicatos de jogadores de Inglaterra, França e Itália.