A Comissão Europeia anunciou hoje um apoio de 200 mil euros da União Europeia (UE) para deteção de casos do vírus monkeypox (mpox) na República Democrática do Congo (RDCongo) e países vizinhos, mobilizando ainda dois peritos europeus.
“Em resposta à transmissão de casos de varíola da RDCongo para os países vizinhos, a Comissão Europeia está a conceder um financiamento humanitário adicional para ajudar a Cruz Vermelha do Burundi a preparar-se para a epidemia (...) e a reagir à mesma. O financiamento de 200 mil euros contribuirá para a vigilância da doença e a deteção de casos, para as atividades de abastecimento de água e saneamento e para a promoção da saúde e da higiene a nível comunitário”, anuncia o executivo comunitário em comunicado.
Além disso, de acordo com a instituição, dois epidemiologistas da Comissão Europeia (em cooperação com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças) serão destacados para a RDCongo, atual epicentro desta epidemia e responsável por 92% de todos os casos na região africana.
Em meados de agosto, a Comissão Europeia avançou com um acordo para comprar e doar 215.420 doses de vacina contra a varíola aos países africanos, como resposta imediata à epidemia em África.
Também nessa altura, Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias anunciou uma subvenção de 3,5 milhões de euros para melhorar o acesso ao diagnóstico e à sequenciação do vírus na região.
Mais recentemente, há duas semanas, a comissária europeia da tutela, Stella Kyriakides, pediu aos países da UE que façam também doações bilaterais, solicitação que o Ministério da Saúde já disse que iria avaliar.
No que toca à ajuda humanitária, o executivo comunitário já tinha avançado este ano com um milhão de euros para apoiar a prevenção nos campos de refugiados e entre as populações de acolhimento em torno de Goma, na RDCongo.
Ao todo, este ano, a UE já está a disponibilizar até 100 milhões de euros em ajuda humanitária à RDCongo.
O atual surto de mpox tem epicentro na República Democrática do Congo, com cerca de 18.000 casos e pelo menos 629 mortes este ano.
Na sexta-feira, o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, assegurou que o surto de mpox “pode terminar nos próximos seis meses” se houver ação dos governos.
A OMS declarou em 14 de agosto uma emergência internacional pela mpox, devido a uma rápida expansão da nova variante do vírus que a provoca, a clado 1b, da qual se confirmaram 258 dos casos suspeitos no Burundi, quatro no Ruanda e no Uganda, dois no Quénia e um na Suécia e na Tailândia.