A campanha urgente de vacinação contra a poliomielite arrancou hoje no centro da Faixa de Gaza, na véspera de uma pausa humanitária anunciada pelas Nações Unidas.
“As equipas do Ministério da Saúde, da UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinianos, na sigla inglesa] e de ONG [organizações não-governamentais] iniciaram no sábado [hoje] a campanha de vacinação contra a poliomielite no centro da Faixa de Gaza”, disse o médico Moussa Abed, diretor de primeiros socorros do Ministério da Saúde do Governo do Hamas, citado pela AFP.
A Organização Mundial de Saúde anunciou na quinta-feira pausas limitadas nos combates em Gaza para permitir a vacinação contra a poliomielite a centenas de milhares de crianças, após confirmado o caso de um bebé infetado.
A par das descritas “pausas humanitárias” que durarão três dias em diferentes zonas do território devastado pela guerra, a campanha de vacinação teria início no domingo, mas arrancou hoje, no centro de Gaza.
De acordo com esta agência das Nações Unidas, seguir-se-á outra pausa de três dias no sul de Gaza e depois uma outra no norte de Gaza, de forma a terminar o processo de vacinação.
As pausas humanitárias não representam um cessar-fogo e terão uma duração de oito horas por dia.
No total, serão criados 392 postos de vacinação fixos e 300 postos de vacinação móveis para chegar às famílias com problemas de mobilidade, envolvendo 2.180 profissionais de saúde e agentes comunitários formados, para os quais a OMS pediu uma segurança total.
Gaza recebeu 1,26 milhões de doses de vacina oral (duas gotas nesta primeira fase de imunização), bem como equipamento para assegurar a cadeia de frio, com o objetivo de imunizar 640.000 crianças com menos de 10 anos e atingir uma cobertura de 90% para travar o atual surto de poliomielite.
Em 16 de agosto, o Ministério da Saúde de Gaza confirmou o primeiro caso de poliomielite num bebé de dez meses não vacinado, o primeiro caso na Faixa de Gaza em 25 anos.
A poliomielite é uma doença altamente infecciosa que afeta principalmente as crianças pequenas, ataca o sistema nervoso, pode levar à paralisia e, em alguns casos, à morte.