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Hospital modular de Ponta Delgada abre serviço de urgências na terça-feira

Lusa
31-08-2024 20:54h

O hospital modular instalado junto ao hospital de Ponta Delgada, nos Açores, abre o serviço de urgências na terça-feira e deverá estar a funcionar em pleno “no último trimestre de 2024”, revelou hoje a secretária regional da Saúde.

“Na próxima terça-feira, dia 03, pelas 16:00, aquilo que nós chamamos de serviço de urgência HDES a funcionar no Centro de Saúde da Ribeira Grande move-se para este novo serviço de urgência HDES hospital modular. Os doentes de menor complexidade, que anteriormente eram observados naquela infraestrutura, serão observados aqui”, adiantou, em declarações aos jornalistas, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi, numa visita ao hospital modular.

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetou por um incêndio no dia 04 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.

Os prejuízos na infraestrutura, que está a retomar a atividade de forma gradual, foram estimados em 24 milhões de euros.

Em julho, a secretária regional da Saúde e Segurança Social disse que “até ao final de agosto” era espetável que a urgência do hospital modular estivesse “concluída” e que o resto do processo seria “faseado”, estando, no seu todo, “concluído no final de outubro”.

Segundo a governante, “a estrutura está concluída”, mas a direção técnica alertou para a necessidade de testar os circuitos e reorganizar equipas, por isso a abertura das urgências foi marcada para o dia 03 de setembro.

“Assumo de forma ponderada que para nós, Governo Regional, a segurança dos doentes está sempre em primeiro lugar e preferimos que abra no dia 03 com estas questões todas ultrapassadas e retestadas”, justificou.

Numa segunda fase, serão abertas duas enfermarias no hospital modular, “que poderão dar algum ‘back-up’ se houver um aumento de procura”, e por fim “serviços como cuidados intensivos, cuidados intermédios, o próprio bloco operatório e uma sala de imagiologia”.

“Estamos a falar de uma sala que vai ter de ter um revestimento de chumbo e por muita boa vontade, que há e tem sido acautelada nesta infraestrutura, não é algo que se faça de um dia para o outro”, ressalvou Mónica Seidi.

A titular da pasta da Saúde prevê que o hospital modular possa estar a “funcionar em pleno” até ao último trimestre de 2024.

O serviço de urgência do HDES vai ser transferido para o hospital modular, mas o Centro de Saúde da Ribeira Grande vai manter a unidade básica de urgência, como funcionava antes do incêndio.

Também o Serviço de Atendimento Urgente (SAU) do Centro de Saúde de Ponta Delgada e os serviços de urgência dos centros de saúde da Povoação, Vila Franca do Campo e Nordeste vão manter-se em funcionamento.

“Temos toda uma estratégia montada, que vai dando resposta conforme o nível e a complexidade destes utentes, mas eu quero reforçar que é essencial que antes de se dirigirem ao serviço de urgência os utentes contactem a linha de Saúde Açores, para que possa haver uma melhor escolha, adequada à necessidade de cada utente, e assim reduzir tempos de espera, se for caso disso”, apelou a governante.

Segundo Mónica Seidi, as urgências do hospital modular vão dar “mais condições” aos utentes e a transferência do serviço vai permitir “melhorar as infraestruturas do Centro de Saúde da Ribeira Grande”.

“Temos uma área que tem mais espaço, que facilmente pode ser ajustada conforme as necessidades. Neste momento, temos sete cadeirões e cinco macas, mas se houver mais doentes dependentes em maca, nós facilmente conseguimos adaptar o espaço”, explicou.

A estrutura modular terá ainda uma sala de pequena cirurgia, que dará “resposta a doentes do foro da ortopedia e da área cirúrgica”, que “poderão ser avaliados nesta unidade”.

“Temos no SAU de Ponta Delgada apenas dois gabinetes médicos que fazem esse atendimento e que, apesar de terem um papel fundamental – no mês de julho atenderam cerca de 1.600 utentes –, não podem, por exemplo, atender doentes que cheguem em maca”, revelou Mónica Seidi.

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