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Desmantelada clínica clandestina e detido funcionário hospitalar no sul de Moçambique

Lusa
27-08-2024 15:31h

A polícia moçambicana desmantelou uma clínica clandestina na província de Inhambane, sul de Moçambique, e deteve um funcionário do Hospital Provincial, proprietário do local onde a clínica funcionava, disse hoje à Lusa fonte da corporação.

“Foi detido ontem [segunda-feira] um agente de serviço afeto ao Hospital Provincial de Inhambane e foi desmantelada uma clínica clandestina”, disse Alceres Cuamba, chefe de Relações Públicas, Comunicação e Imagem do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), naquela província.

Segundo o responsável, a polícia apreendeu na residência do funcionário, de 52 anos, “quantidades enormes” de medicamentos e materiais cirúrgicos que se suspeita que sejam desviados do Sistema Nacional de Saúde.

Na clínica clandestina eram realizadas diversas consultas, tratamentos e até internamento de doentes, e medicamentos usados para o tratamento de pacientes eram, supostamente, desviados do Hospital Provincial de Inhambane, segundo o Sernic.

“Temos alguns recibos que indicam que ele adquiria os medicamentos no Hospital Provincial de Inhambane e, por isso, dissemos que se trata de um circuito de roubo de medicamentos”, referiu Alceres Cuamba.

O responsável avançou que decorrem investigações para a detenção de mais pessoas envolvidas no caso.

Na última semana, o Sernic anunciou uma investigação de furtos de materiais informáticos e fármacos, avaliados em um milhão de meticais (14 mil euros), também no Hospital Provincial de Inhambane, envolvendo funcionários.

“Confirmamos a detenção de um agente de saúde, em serviço há sete anos, afeto ao Hospital Provincial de Inhambane. O processo ainda está na fase de investigação (…) entendemos que nos próximos dias possa haver mais detenções em conexão com este caso”, disse, na altura, à Lusa Alceres Cuamba.

Os dois casos ocorrem numa altura em que o Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrenta diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários que alertam para falta de material e uma situação caótica.

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