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Mpox: Presidente moçambicano alerta para “mais um desafio” à saúde pública

Lusa
19-08-2024 16:23h

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou hoje que a Mpox pode tornar-se “mais um desafio” à saúde pública em Moçambique, assinalando o reforço de medidas de vigilância e ações de prevenção da doença pelo Ministério da Saúde.

“Compatriotas, este pode ser mais um desafio no âmbito de saúde pública”, declarou o chefe de Estado de Moçambique, durante um evento público em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, numa menção à nova variante do vírus monkeypox (Mpox).

Filipe Nyusi assinalou ainda a capacidade que Moçambique tem de prevenir a doença, lembrando que o país registou apenas um caso na província de Maputo, sul de Moçambique, quando do surto registado em 2022.

Apesar de não ter sido registado nenhum caso desde aquele ano, o Presidente de Moçambique disse hoje que o Ministério da Saúde (Misau) tem estado a reforçar as medidas de vigilância em todas unidades hospitalares do país, incluindo o fortalecimento e expansão da capacidade laboratorial de testagem de casos suspeitos.

Entre as ações, avançou o Presidente, está também a atualização do "plano de prontidão e resposta", bem como os "protocolos terapêuticos" e ações de comunicação de risco.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.

A organização pediu uma resposta internacional unificada, perante a identificação da nova variante do vírus na Europa (Suécia), um dia após a notificação do primeiro caso na Ásia (Paquistão).

De acordo com a OMS, existe atualmente meio milhão de uma das duas vacinas que foram desenvolvidas em processos rápidos contra o Mpox, podendo ser produzidas mais 2,5 milhões de doses no próximo ano.

Antes com conhecida como “varíola dos macacos”, esta é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida por contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.

O Mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo (antigo Zaire), com a propagação do subtipo clade I (do qual a nova variante é uma mutação), que desde então tem estado principalmente confinado a países da África Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infetados por animais.

Em 2022, um surto do subtipo clade II propagou-se a uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais e causou cerca de 140 mortes num total estimado de 90.000 casos.

A OMS declarou um alerta máximo em julho de 2022 em resposta a este surto mundial, mas levantou-o menos de um ano depois, em maio de 2023.

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