As agências de saúde e da infância da ONU apelaram hoje para pausas humanitárias de sete dias nos combates em Gaza para vacinar mais de 640.000 crianças contra a poliomielite nas próximas semanas.
O apelo foi lançado em Genebra, Suíça, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, conhecido pela sigla original em inglês UNICEF.
As duas agências “apelam a todas as partes envolvidas no conflito para que adotem pausas humanitárias na Faixa de Gaza durante sete dias para permitir duas rondas de campanhas de vacinação” contra a poliomielite, afirmaram em comunicado.
As campanhas de vacinação deveriam ser lançadas no final de agosto e em setembro, disseram a OMS e a UNICEF, citadas pela agência francesa AFP.
A vacinação em toda a Faixa de Gaza, visa “evitar a propagação da variante atualmente em circulação conhecida como cVDPV2”.
A OMS e a UNICEF alertaram que sem as pausas humanitárias, a campanha de vacinação “não pode ser levada a cabo com sucesso”.
Cada pausa nos combates deve durar sete dias, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, à AFP.
O poliovírus foi detetado em julho em amostras de águas residuais recolhidas no final de junho em Khan Yunis e Deir el-Balah, segundo a OMS e a UNICEF.
“Preocupantemente, três crianças com suspeita de paralisia flácida aguda, um sintoma comum da poliomielite, foram entretanto registadas na Faixa de Gaza”, disseram.
As amostras de fezes foram enviadas para o laboratório nacional de poliomielite da Jordânia para análise.
As duas agências da ONU esperam que as campanhas de vacinação contra a poliomielite atinjam mais de 640.000 crianças com menos de 10 anos de idade.
Mais de 1,6 milhões de doses da vacina nOPV2, que é utilizada para travar a transmissão do cVDPV2, deverão ser entregues na Faixa de Gaza.
As vacinas deverão transitar pelo aeroporto israelita de Ben Gurion, em Telavive, antes de chegarem à Faixa de Gaza no final de agosto, de acordo com o comunicado de imprensa.
As vacinas serão então administradas por 708 equipas, incluindo em hospitais e centros de saúde em todos os municípios da Faixa de Gaza.
Israel e o Hamas estão em guerra em Gaza desde há 10 meses, depois de um ataque do grupo extremista palestiniano em território israelita em 07 de outubro.
O conflito já provocou mais de 40.000 mortos, segundo as duas partes.