A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra considerou hoje que a abertura de um Serviço de Atendimento Complementar (SAC) na cidade de Coimbra é uma iniciativa de grande relevância para a comunidade daquele concelho.
"Esta oferta de cuidados vai ser uma mais-valia para os cidadãos do concelho de Coimbra, reforçando a rede de cuidados de saúde e garantindo que todos e todas tenham acesso a um atendimento de proximidade, mesmo aos fins de semana", salientou a administração, em comunicado enviado à agência Lusa.
A partir de 07 de setembro, aquela unidade pretende abrir um SAC no Centro de Saúde Fernão Magalhães, para dar resposta à doença aguda na cidade de Coimbra, com funcionamento aos fins de semana, feriados e tolerância de ponto, das 10:00 às 18:00, mas o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou na segunda-feira a ULS de Coimbra de querer impor horário extraordinário aos enfermeiros para abrir a nova resposta à doença aguda.
Segundo a ULS, o concelho de Coimbra é o único que não usufrui desta "importante resposta", que está implementada nos restantes 20 municípios que integram a unidade, pelo que a sua população "necessita e merece um SAC que responda aos seus problemas de saúde".
"Durante os fins de semana, feriados e tolerâncias de ponto, os mais de 140 mil residentes no concelho de Coimbra não têm outra alternativa senão os Serviços de Urgência Hospitalar. Muitos destes doentes recorrem ao serviço de urgência no início da semana por adiamento de cuidados e agravamento do estado de saúde", lê-se no comunicado.
No âmbito da criação do SAC de Coimbra, a ULS adiantou que a distribuição de recursos vai permitir que cada profissional de saúde "só precise de trabalhar, em média, menos de dois fins de semana por ano neste serviço, assegurando assim o atendimento sem sobrecarregar os profissionais".
"Como tem sido demonstrado ao longo dos últimos sete meses, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem sido reforçado em Coimbra", sustentou.
Para a ULS de Coimbra, a resposta à doença aguda em proximidade é uma pedra angular na qualificação do acesso adequado a cuidados de saúde, reforçando os cuidados de saúde primários como o alicerce de um sistema de saúde mais eficaz, eficiente e equitativo.
"A ULS de Coimbra tem como ambição ser a unidade de saúde portuguesa com melhor serviço ao cidadão, inovação na prestação de cuidados e satisfação profissional", sublinhou.
O SEP acusou na segunda-feira a administração da ULS de Coimbra de querer impor, de forma unilateral, que o atendimento seja feito por todos os enfermeiros das Unidades Funcionais, Unidades de Saúde Familiar (USF) e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de todos os Centros de Saúde da cidade, em trabalho extraordinário".
O SEP considerou que "as equipas de enfermagem das unidades funcionais da cidade de Coimbra estão, tal como todas as outras a nível nacional, a trabalhar nos limites mínimos, tendo em conta o número de enfermeiros necessários para a prestação de cuidados de enfermagem com qualidade e em segurança".
Disse também o SEP que "a elaboração de uma escala de trabalho extraordinário programado, para além de ilegal, enviesa o conceito de horas extraordinárias, que devem apenas ser efetuadas para ocorrer a necessidades imperiosas e excecionais do serviço".