SAÚDE QUE SE VÊ

Programa Mais Valor em Saúde distingue quatro Unidades Locais de Saúde

Lusa
18-06-2024 07:00h

As Unidades Locais de Saúde (ULS) Gaia Espinho, Santa Maria, Litoral Alentejano e São José são as vencedoras da 3.ª edição das Bolsas Mais Valor em Saúde, que apoiam projetos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os vencedores, hoje anunciados, apresentaram projetos para usar a prática clínica regular como fonte de dados para suportar acordos de partilha de riscos (Gaia e Espinho), criar um serviço de urgência específico para idosos (Santa Maria), um programa assistencial integrado para pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (Litoral Alentejano) e um centro de telessaúde (São José).

As bolsas “Mais Valor em Saúde” pretendem apoiar a concretização de projetos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde que visem introduzir alterações para melhorar os resultados clínicos, a satisfação dos doentes e a afetação de recursos.

Este ano foram submetidas 12 candidaturas de norte a sul do país e selecionados quatro projetos, um de cada área - Criação de nova tipologia de cuidados; Medição de resultados com foco no doente; Integração de cuidados e Financiamento e partilha de risco.

Aos projetos vencedores serão atribuídas bolsas no valor individual de 50.000 euros, em horas de apoio especializado à execução de cada projeto vencedor a prestar pelos parceiros Exigo e IASIST. As bolsas contam com o apoio institucional da Ordem dos Enfermeiros, da Ordem dos Farmacêuticos e da Ordem dos Médicos.

Na descrição da candidatura, a ULS de Gaia e Espinho explica que assumiu o desafio de transformar a sua prática clínica habitual em clínicas multidisciplinares baseadas em valor, “utilizando dados estruturados que capturam o valor dos cuidados prestados numa ótica 360º”.

“Esta abordagem promove uma prática clínica com maior eficiência operacional e financeira, baseada em práticas de 'Value-Based Healthcare'”, explica a ULS Gaia Espinho, que vai envolver no projeto mais de 2.000 doentes em áreas clínicas desde a oncologia à infecciologia.

No caso da ULS de Santa Maria, a entidade recorda os dados do Eurostat que preveem que a população de idosos entre os 75 e os 84 anos aumente cerca de 56% até 2050, passando para 2,1 mil milhões, sublinhando que um dos setores mais fustigados por esta realidade demográfica é o da saúde.

Lembra que os serviços de urgência são a porta de entrada no sistema de saúde e, inevitavelmente, são locais sobrelotados, alertando que a maior permanência nestes serviços dos doentes mais idosos, mais frágeis e com diversas doenças aumenta a probabilidade de internamento, acarretando custos acrescidos ao sistema.

Este projeto pretende criar serviços de atendimento urgente próprios para estes doentes, com uma equipa treinada e dedicada aos cuidados de emergência para idosos.

O projeto da ULS do Litoral Alentejano - Programa Assistencial Integrado CONSIGO - procura aliar de forma integrada diversas abordagens complementares à pessoa com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), desenvolvendo um percurso assistencial integrado da pessoa com multimorbilidade e um programa de reabilitação respiratória, assim como a telessaúde e um programa de gestão de caso.

Já o projeto da ULS de São José prevê criar o centro de telessaúde – ATENTO, numa estratégia para disponibilizar a chamada saúde à distância a doentes crónicos complexos que são acompanhados pelos diferentes serviços e consultas do Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central (CHULC).

Os projetos submetidos nesta edição foram avaliados por um júri presidido pela antiga ministra da Saúde Maria de Belém Roseira e que conta com Pedro Pita Barros, economista da Saúde, Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Tamara Milagre, presidente da Associação EVITA, e José Fragata, codiretor do Centro do Coração no Hospital da CUF Tejo.

O Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem, é uma parceria APAH, Exigo, Gilead Sciences e IASIST, com a Altice como parceiro tecnológico.

MAIS NOTÍCIAS