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Nigéria recupera 25 ME em investigação a desvio de fundos na luta contra pobreza

LUSA
15-04-2024 12:25h

O Estado nigeriano recuperou mais de 25 milhões de euros no âmbito a partir de uma investigação sobre desvios de fundos no Ministério da Luta contra a Pobreza, anunciou a agência anticorrupção.

No início de janeiro, o Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, demitiu e suspendeu dirigentes do Ministério da Luta contra a Pobreza e dos Assuntos Humanitários, e ordenou uma investigação "por irregularidades financeiras" contra à ministra e vários altos funcionários do ministério.

A instituição nigeriana de luta contra a corrupção, a Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC), explicou num comunicado, divulgado domingo à noite, que tinha "recuperado 32,7 mil milhões de nairas (24,7 milhões de euros) e 445 mil dólares (cerca de 417 mil euros) até à data", no âmbito da investigação, que ainda está em curso.

A EFCC afirma ter "descoberto outras transações fraudulentas envolvendo os fundos contra o covid-19, o empréstimo do Banco Mundial” e outras verbas que tinham sido atribuídas ao Ministério da Luta contra a Pobreza.

"As investigações também estabeleceram uma ligação entre vários funcionários suspensos do ministério e as alegadas más práticas financeiras", acrescenta o comunicado.

Em janeiro, o Chefe de Estado suspendeu a ministra da Luta contra a Pobreza, Betta Edu, na sequência de alegações de que esta teria desviado fundos públicos para uma conta bancária privada.

Simultaneamente à demissão da ministra Betta Edu, o Presidente nigeriano suspendeu igualmente as atividades da Agência Nacional do Programa de Investimento Social (NSIPA), dependente do Ministério da Luta contra a Pobreza, devido a suspeitas de "alegados desvios".

Esta agência efetuava transferências de dinheiro para algumas das pessoas mais pobres do país, bem como fundos para ajudar os jovens e fornecer refeições escolares.

A sua diretora, Halima Shehu, foi igualmente suspensa do seu cargo em janeiro.

A EFCC declarou no seu comunicado de imprensa que "as investigações da Comissão não se centram em indivíduos", mas que está a "investigar um sistema e uma rede complexa de práticas fraudulentas".

Tinubu chegou ao poder no ano passado prometendo lutar contra a corrupção na Nigéria.

Prometeu reformas e suspendeu rapidamente vários altos funcionários, incluindo o antigo diretor do banco central Godwin Emefiele e o antigo chefe da Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC), Abdulrasheed Bawa.

A Nigéria continua a ser um dos países com a classificação mais baixa no Índice de Perceção da Corrupção da Transparência Internacional.

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