A China vai contribuir com três milhões de euros na prevenção de VIH na África do Sul nos próximos dois anos através de uma parceria com a UNAIDS, anunciou hoje o embaixador chinês em Joanesburgo.
A África do Sul tem a maior população mundial de pessoas que vivem com VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana).
Pelo menos 7,8 milhões de pessoas viviam com esta doença em 2024 com na África do Sul, que dispõe de um dos maiores programas de tratamento antirretroviral do mundo, segundo as autoridades sul-africanas.
A nação africana, vizinha de Moçambique, dependia anteriormente dos Estados Unidos para cerca de 17% do seu orçamento destinado a esta doença, o que equivalia a 400 milhões de dólares (cerca de 347 milhões de euros), noticiou o meio de comunicação social sul-africano Times Live.
No entanto, recordou, Washington cortou com esse financiamento externo e Pretória tenta agora colmatar essa lacuna de recursos noutros parceiros, nomeadamente a China.
Por sua vez, esta contribuição da China, anunciada antes da cimeira do G20 em Joanesburgo este fim de semana, "será destinada a serviços de prevenção do VIH dirigidos a jovens e a pessoas que consomem drogas injetáveis, dois dos grupos com maior risco de infeção", referiu o embaixador chinês, Wu Peng.
O anúncio segue-se a um acordo de cooperação assinado em 2024 entre a agência de desenvolvimento da China e a UNAIDS, a agência das Nações Unidas dedicada ao combate à pandemia de VIH/SIDA.
"Para além deste projeto, estamos prontos para ajudar a África do Sul a criar um sistema sustentável de resposta ao VIH/SIDA, através do diálogo político, do fornecimento inovador de medicamentos, da transferência de tecnologia e do reforço de capacidades", acrescentou Wu Peng.
O ministro da Saúde sul-africano, Aaron Motsoaledi, agradeceu o apoio, sublinhando que reforça a resposta do país.
Em janeiro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, emitiu uma ordem executiva para suspender toda a ajuda externa aos programas de saúde da África do Sul, incluindo um plano de nesta área que salvou mais de 25 milhões de vidas ao longo de duas décadas.
No entanto, em outubro, a África do Sul saudou um plano norte-americano transitório, no valor de 99 milhões de euros, para financiar, até março, programas de tratamento e prevenção do VIH, considerando-o um sinal de boas relações bilaterais, que têm estado conturbados deste o início do ano.
No início do ano, Trump acusou a África do Sul de estar a praticar um "genocídio branco" - referindo-se a uma alegada perseguição contra a minoria africânder (sul-africanos brancos descendentes de colonos holandeses).
Pretória refuta estas acusações que diz não terem fundamento.