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Sudão: Casos suspeitos de cólera cresceram para 10.500 no final de janeiro - ONU

Lusa
05-02-2024 16:08h

Os casos suspeitos de cólera no Sudão aumentaram para 10.500 no final de janeiro, estando 292 mortes relacionadas com a doença em 60 localidades, anunciou hoje o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).​​​​​​

Estes números representam um aumento de 17,3% em relação ao número de casos registados em dezembro, embora se trate de um crescimento inferior ao de meses anteriores, como entre novembro e dezembro, em que o número subiu para 77,2%, segundo o relatório divulgado pelo OCHA.

Este abrandamento da propagação da doença deveu-se à realização de várias campanhas de vacinação oral contra a cólera em novembro nos estados de Gedaref e Al Jazira, e outra em dezembro numa localidade do estado de Cartum, segundo o relatório, que cita dados do Ministério Federal da Saúde sudanês e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A campanha de vacinação prosseguiu em janeiro nos estados de Kassala e do Nilo Branco, com 1,9 milhões de doses administradas, numa tentativa de travar a propagação da cólera nas principais regiões que acolhem milhares de pessoas deslocadas pelos conflitos em curso no Sudão.

O OCHA alertou, em particular, para o agravamento da guerra entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), que deixou cerca de 18 milhões de pessoas em risco de fome em todo o país, embora a região mais afetada seja Darfur, onde mais de 40% da população sofre de insegurança alimentar, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM).

Os confrontos da semana passada entre o exército e os paramilitares em Darfur geraram uma nova deslocação de pessoas, embora até ao momento o OCHA estime que cerca de oito milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas devido a esta guerra interna, um número que aumenta para 10,7 milhões se forem adicionados outros conflitos internos.

A guerra no Sudão eclodiu a 15 de abril de 2023 devido a tensões sobre a reforma do exército e a integração de paramilitares nas forças regulares, durante um processo político para recolocar o país na via da democracia após o golpe de Estado de 2021.

De acordo com uma estimativa da ONG Armed Conflict Location & Event Data Project, mais de 13.000 pessoas morreram no conflito.

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