SAÚDE QUE SE VÊ

Cabo Verde já atingiu 50% dos ODS, mas há muitas áreas com retrocesso – ONU

Lusa
30-11-2023 15:06h

Cabo Verde já atingiu metade dos indicadores dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mas há muitas áreas com retrocessos e outras com insuficiência de dados que permitam identificar tendências, segundo informações avançadas hoje pelas Nações Unidas.

Os dados foram avançados, na cidade da Praia, durante uma reunião do comité de acompanhamento do Quadro de Cooperação entre as partes (2023-2027), dando conta de uma “evolução rápida” sobretudo na saúde (ODS 3), em que as metas estão praticamente a ser alcançadas.

Entretanto, mesmo nesta área, há “retrocesso” nas doenças não transmissíveis, mais concretamente no número de mortes por cancro, e “evolução insuficiente” na cobertura dos serviços essenciais de saúde.

O país regista ainda “evolução rápida” na erradicação da pobreza (ODS 1), embora com dificuldades para aumentar a população abrangida por regimes de proteção social.

Na erradicação da fome (ODS 2), Cabo Verde está praticamente a atingir a meta de acabar com a malnutrição nas crianças com menos de cinco anos, mas tem “evolução insuficiente” na insegurança alimentar moderada ou severa e em atrasos no crescimento nas crianças com menos de cinco anos.

Na educação, o país está bem posicionado em índice de paridade de escolarização, em escolas com acesso aos serviços básicos e em professores (secundário) com qualificações mínimas, mas há “insuficiência” de dados para identificar a tendência de taxa de conclusão em todos os níveis de ensino, pelo que o país vai ter “dificuldades” em atingir as metas.

Outra área em que a meta está “atingida ou praticamente atingida” muito antes de 2030 é na redução das desigualdades (ODS 10), bem como na proporção de mulheres em cargos de chefia (ODS 5) ou proporção da população coberta por rede móvel (ODS 9).

Em sentido contrário, há muitas outras áreas em que o país está a registar retrocesso, como no peso das energias renováveis na produção elétrica (ODS 7 – energias renováveis), proporção de emprego informal no emprego total (ODS 8 – trabalho digno) e nos alojamentos não clássicos/falta de condições de habitação (ODS 11).

Também há retrocessos na proporção de espécies selvagens comercializadas, nomeadamente as tartarugas (ODS 15), nas crianças com registo de nascimento em autoridade de registo civil (ODS 16), na Ajuda Pública ao Desenvolvimento (ADP) em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) e no serviço da dívida em proporção das exportações.

No quadro disponibilizado durante a reunião, destaca-se ainda uma “evolução insuficiente” no acesso primário a combustíveis e tecnologias limpas (ODS 7), taxa de desempenho segundo sexo e idade, jovens fora do sistema educativo/não economicamente ativo (ODS 8) e no emprego gerado pela indústria transformadora.

Igualmente, há uma tendência de evolução abaixo do esperado na área florestal, nas vítimas de homicídio voluntário, por 100.000 habitantes, e no total das receitas fiscais e percentagem do PIB, estas duas últimas sem metas definidas, tal como na percentagem do orçamento financiado por impostos domésticos.

Água potável e saneamento, ação climática, paz, justiça e instituições eficazes, parcerias, cidades e comunidades sustentáveis, produção e consumo sustentáveis são outras das 17 metas dos ODS até 2030.

MAIS NOTÍCIAS