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Israel: Bombardeamento de escola em Gaza fez 50 mortos – diretor de hospital

Lusa
10-11-2023 17:12h

O diretor do hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, afirmou hoje ter recebido “cinquenta cadáveres após o bombardeamento esta manhã de uma escola” pública da cidade de Gaza onde se encontravam abrigados muitos deslocados.

“Numerosos tanques [israelitas] estão estacionados a 200 metros da escola al-Buraq, na rua al-Nasr, e cercam quatro hospitais da zona”, indicou, por seu lado, o gabinete de imprensa do governo do movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza.

O Exército israelita, que não reagiu até agora a estas afirmações, tinha feito saber na quinta-feira à noite que uma das suas divisões efetuava importantes operações numa zona “muito, muito próxima” do hospital al-Shifa.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou, por sua vez, que Israel não pretende “governar ou ocupar” a Faixa de Gaza (de onde Israel retirou em 2005, após 38 anos de ocupação), mais de um mês após o início da guerra com o Hamas que levou a uma situação humanitária dramática naquele enclave palestiniano cercado, segundo a ONU e várias organizações não-governamentais (ONG).

O diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, apelou hoje para o fim da “carnificina” na Faixa de Gaza.

“Arrasar bairros inteiros não é resposta para os crimes odiosos cometidos pelo Hamas. Pelo contrário, isso cria uma nova geração de palestinianos lesados, suscetíveis de perpetuar o ciclo da violência. A carnificina tem simplesmente que acabar”, declarou Lazzarini, citado num comunicado da UNRWA hoje divulgado.

A 07 de outubro, combatentes do Hamas – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 35.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, quase 27.500 feridos, 2.450 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.

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