O PSD/Penafiel teme que a criação de uma Unidade Local de Saúde (ULS) no Tâmega e Sousa prejudique a região se não houver um reforço pela tutela de verbas destinadas àquele território, consideradas "abaixo da média nacional".
Se o modelo de financiamento se mantiver, o Tâmega e Sousa receberá 630 euros por habitante, muito abaixo dos mil euros por utente, a média nacional, segundo os cálculos daquela estrutura partidária.
Em comunicado enviado à Lusa, o PSD conclui que, assim, “tornar-se-á cada vez mais impossível atender com qualidade aos cuidados de saúde da região”.
Dirigentes social-democratas de Penafiel reuniram-se, na terça-feira, com a administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, com a qual trataram da questão da futura ULS de escala sub-regional e o problema das urgências.
Na sequência daquele encontro, a concelhia defende que “os habitantes de Penafiel e da região são tão portugueses como os das outras regiões do país”, exigindo, por isso, que “se combata esta discriminação”.
Para Alberto Santos, líder do PSD/Penafiel, “ninguém pode aceitar que a população venha a ser discriminada”, lançando o desafio para que “os partidos políticos da região, as autarquias locais, a comunidade intermunicipal e a administração do centro hospitalar unam esforços e, a uma só voz, exijam urgentemente o que a região tem direito”.
Por outro lado, sobre o funcionamento das urgências do hospital de Penafiel, o PSD informou ter sido manifestada ao CHTS a “profunda preocupação com a situação caótica”, que levou ao encerramento, pela primeira vez, da urgência de obstetrícia e da urgência de pediatria, mas também da urgência de cirurgia externa”.
De acordo com um comunicado enviado à Lusa após a reunião com o PSD, a administração do CHTS admite haver “uma crónica dificuldade”.
“O CHTS tem uma das maiores urgências do país, com um número diário de atendimentos muito elevado e que origina dificuldades próprias. Por outro lado, há os constrangimentos de espaço físico que possam albergar doentes que, temporariamente, precisam de ali aguardar por vaga de internamento”, refere a administração no comunicado.
Para o PSD, “a obrigação de os doentes críticos terem de ser tratados no Porto é um forte revés nos direitos de acesso à saúde, para uma população que representa 5% do nosso país”.
Alberto Santos recorda que o hospital Padre Américo apresenta “problemas estruturais”, pelo que “já não responde há muito às necessidades de resposta ao cerca de meio milhão de cidadãos da região”.
Para o dirigente partidário, urge a “imediata ampliação” do hospital, sendo “necessários novos gabinetes de consulta, blocos do internamento e renovação dos equipamentos”.
No comunicado, a administração do CHTS considera ainda que a futura ULS, já aprovada em Diário da República, constituirá uma “grande oportunidade para a região, em termos da melhoria da articulação na prestação de cuidados entre as diferentes instituições e da racionalização e melhor aplicação de recursos”.
“A criação da ULS do Tâmega e Sousa é ainda uma oportunidade para a correção de desvios do financiamento que vêm do passado e que, fruto dos novos critérios a aplicar, deverão melhorar significativamente a capacidade de resposta”, lê-se no comunicado do CHTS.