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Utentes contestam limitação na circulação de autocarros dentro do Hospital de Loures

Lusa
26-10-2023 15:46h

Utentes do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, contestam a decisão de proibir a circulação dos autocarros de maior dimensão no recinto, alertando para dificuldades de acesso para pessoas com pouca mobilidade.

A partir de 01 de novembro apenas os autocarros de tipologia míni poderão circular no interior do HBA, ficado os outros junto à entrada das instalações hospitalares, segundo uma nota informativa divulgada pela Câmara Municipal de Loures.

A limitação na circulação de carreiras dentro do recinto do HBA já tinha vigorado anteriormente, alegando-se que o piso não suportaria o peso dos autocarros.

Mais tarde, a situação foi alterada, permitindo a entrada de todas as tipologias de autocarro dentro do recinto do hospital.

Contactada pela agência Lusa, a comissão de utentes do HBA manifestou-se indignada com a decisão da administração da unidade hospitalar, alertando para as dificuldades de acesso que terão as pessoas com problemas de locomoção.

“Das duas, uma: ou as pessoas vão a pé toda aquela encosta, que como sabemos é íngreme e ventosa ou, então, têm que apanhar uma segunda carreira e, no caso de não terem passe, têm de pagar um segundo bilhete de autocarro para irem até ao hospital”, disse à Lusa Fernanda Santos, da comissão de utentes do HBA.

Fernanda Santos sublinhou que os condicionamentos à circulação de autocarros no interior do HBA decorrem de “problemas de conceção da unidade hospitalar” e defendeu a necessidade de todas as entidades encontrarem uma solução para assegurar a mobilidade dos utentes.

“Não é possível construir um hospital destes e ter um problema de piso que não possa receber autocarros ali a circular durante o dia. Tem de haver uma forma de dar a volta a este assunto e que permita que os utentes tenham deslocação até ao hospital sem terem de estar a fazer transbordos”, defendeu.

Nesse sentido, Fernanda Santos apelou à direção do HBA para reverter a decisão e instou os municípios que são servidos pelo hospital para que, em conjunto com a Administração Regional de Saúde e com o Ministério, encontrem “uma forma de minimizar os eventuais impactos de circulação” das carreiras rodoviárias dentro da unidade hospitalar.

Contactado pela Lusa, o Hospital Beatriz Ângelo remeteu esclarecimentos para mais tarde.

O Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, no distrito de Lisboa, funcionou até 19 de janeiro de 2022 no regime de PPP, sendo gerido, até então, pelo grupo privado Luz Saúde.

Atualmente, a unidade hospitalar tem gestão pública, assente no modelo de entidade pública empresarial (EPE).

A unidade hospitalar abriu em janeiro de 2012 para servir 278 mil habitantes dos concelhos de Loures, Odivelas, Mafra e Sobral de Monte Agraço.

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