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Israel: França condena firmemente ataque contra hospital em Gaza

LUSA
17-10-2023 23:10h

França condenou hoje firmemente o ataque que atingiu um hospital em Gaza, causando 500 mortos, de acordo com o movimento islamita Hamas, que acusou Israel pelo bombardeamento, enquanto os israelitas responsabilizam a organização palestiniana Jihad Islâmica.

"O direito internacional humanitário é vinculativo para todos e deve permitir a proteção das populações civis. O acesso humanitário à Faixa de Gaza deve ser aberto sem demora", sublinhou a diplomacia francesa, em comunicado.

Marrocos também condenou fortemente o ataque ao hospital, que atribuiu às forças israelitas, exigindo que “todas as partes protejam os civis” e que estes “não sejam um alvo”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino sublinhou, em comunicado, “a necessidade urgente de a comunidade internacional fazer esforços concertados para pôr fim às hostilidades o mais rapidamente possível, respeitar as normas humanitárias internacionais e trabalhar para evitar que a região caia numa nova escalada e tensão”.

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, acusou Israel de crimes de guerra após o ataque ao hospital, apelando à comunidade internacional para agir.

O Iraque decretou três dias de luto nacional pelas vítimas do ataque, exigindo o envolvimento da comunidade internacional para pôr fim aos "ataques hostis" de Israel contra o enclave palestiniano.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano sublinhou que “os ataques constituem uma grave violação das disposições do direito internacional e humanitário e dos valores mais básicos da humanidade”.

Já o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) manifestou “choque e horror” pela morte de centenas de pessoas no ataque ao hospital.

“Os hospitais deveriam ser santuários para preservar a vida, e não cenas de morte e destruição. Nenhum paciente deveria ser assassinado numa cama de hospital, nem um médico ao tentar salvar outras pessoas”, frisou este organismo, especializado em assistência humanitária em zonas de conflito, em comunicado.

O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, frisou hoje que o ataque mortal a um hospital na Faixa de Gaza é “totalmente inaceitável”.

“Faltam-me as palavras. Ontem à noite [terça-feira], centenas de pessoas foram mortas de maneira horrível no ataque ao Hospital Al Ahli Arab, incluindo pacientes, cuidadores e famílias que se refugiaram dentro e ao redor do hospital. Uma vez, novamente, os mais vulneráveis [são afetados]. Isto é totalmente inaceitável”, frisou, em comunicado.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo movimento Hamas, disse hoje que pelo menos 500 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelita a um hospital onde se encontravam civis feridos e em busca de abrigo.

O Exército israelita atribuiu, por sua vez, à organização palestiniana Jihad Islâmica o ataque que atingiu um hospital em Gaza.

“De acordo com informações de serviços de informações, baseadas em diversas fontes que obtivemos, a Jihad Islâmica é responsável pelo ataque fracassado de foguetes que atingiu o hospital”, realçou o Exército israelita, em comunicado.

Na Faixa de Gaza, e o conflito entre o Estado judaico e as milícias do enclave iniciado em 07 de outubro já provocou pelo menos 3.000 mortos entre a população palestiniana, segundo dados do ministério da Saúde, que se refere a mais de 12.500 feridos.

Na Cisjordânia ocupada, as forças israelitas já mataram pelo menos 50 palestinianos, para além de centenas de feridos e pelo menos 200 detenções.

O ataque surpresa do Hamas em 07 de outubro terá provocado em Israel mais de 1.400 mortos, na maioria civis.

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