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Israel: Sderot é uma cidade praticamente deserta frente a Gaza

LUSA
15-10-2023 19:55h

Os poucos residentes que ficam em Sderot, junto à Faixa de Gaza, são sobretudo adultos sem filhos ou sem pessoas idosas a cargo, enquanto a maioria da população abandonou as residências durante o dia.

"Fico aqui porque não tenho para onde ir e porque quero ficar. Eu e o meu marido vamos ficar aqui na varanda. Todo o prédio está vazio. Nós os dois somos os únicos que ficámos", disse à Lusa Tova S., que trabalha como educadora de infância em Sderot.

As escolas e as creches estão encerradas desde a semana passada, altura em que o Hamas lançou uma ofensiva de grande envergadura contra Israel, provocando mais de 1.400 mortos e 3.500 feridos, de acordo com dados oficiais israelitas.  

"O que é que nos pode acontecer mais? Depois do dia 07 de outubro o que mais se pode passar contra nós", disse o marido de Tova, do alto de uma varanda do edifício de seis andares no centro de Sderot, habitado por judeus.

Numa das linhas mais próximas da Faixa de Gaza, vários blindados progrediram durante a tarde estando muito perto da separação física entre Israel, a leste do enclave.

Além dos blindados que fixaram posições com os canhões apontados para a Faixa de Gaza, avançaram também vários veículos de transporte de tropas.

"Sinto que estou preparado para lutar por Israel. Sou jovem, tenho 19 anos e sinto-me motivado e preparado", disse à Lusa um jovem soldado de infantaria junto à última estrada asfaltada paralela à linha que separa Israel da Faixa de Gaza.

Há 17 ambulâncias ao serviço, duas das quais "não foram enviadas para o Governo da Ucrânia porque, entretanto, foram precisas em Israel", disse à Lusa Rob G,, dos Serviços Médicos de Emergência da cidade, que se mantém operacional e que presta apoio aos civis que pretendem ficar na cidade.

O final da evacuação decorreu de forma organizada, mas a retirada é voluntária.

A cidade tem "cerca de 30 mil habitantes", disse Rob G., sendo que a meio da tarde se mantinham na cidade cerca de três mil civis, de acordo com os serviços de emergência.

Neste momento as patrulhas do Exército e da polícia de Israel na cidade são permanentes.   

As ruas da cidade de Sderot estão desertas, o abastecimento de água e de eletricidade não existe e o lixo acumula-se nas ruas.

No centro da cidade há mais corvos cinzentos do que pessoas e nos arredores começaram a juntar-se matilhas de cães que procuram água e comida.

Os bombardeamentos que decorrem desde 07 de outubro contra Gaza, onde se encontram mais de um milhão de civis palestinianos, foram mais fortes do que nos últimos dias, e a aviação de combate sobrevoa o enclave a grande altitude.

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