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Israel: Autoridades palestinianas avisam OMS que é impossível evacuar hospitais em 24 horas

LUSA
13-10-2023 11:55h

As autoridades palestinianas informaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) de que “é impossível” retirar doentes vulneráveis dos hospitais do norte de Gaza, como exige o exército israelita, divulgou hoje a agência da ONU.

“Com os ataques aéreos [israelitas] em curso, os civis já não têm locais seguros para onde ir. O Ministério da Saúde palestiniano informou a OMS que é impossível retirar doentes vulneráveis dos hospitais no norte de Gaza”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, em conferência de imprensa hoje realizada.

Estes pacientes incluem pessoas gravemente feridas, bem como adultos, crianças e recém-nascidos, que dependem de cuidados intensivos.

Israel ordenou hoje a retirada de “todos os civis” da cidade de Gaza nas próximas 24 horas, avisando que a medida visa “a sua própria segurança e proteção [dos palestinianos]”.

O Estado israelita continua a bombardear o enclave palestiniano pelo sétimo dia consecutivo depois de ter declarado estar "em guerra" com o grupo Hamas, desencadeada após um ataque sem precedentes realizado no sábado pelo movimento islamita contra Israel que já provocou quase três mil mortos dos dois lados e cerca de meio milhão de deslocados na Faixa de Gaza em menos de uma semana.

A ONU pediu a Israel que reconsiderasse o seu pedido de retirada de Gaza, argumentando ser impossível fazê-lo realizar no tempo previsto.

Já hoje de manhã, a OMS tinha avisado que o sistema de saúde na Faixa de Gaza está num ponto de rutura e que o tempo está a esgotar-se para evitar uma catástrofe humanitária.

“Os hospitais só têm algumas horas de eletricidade por dia, pois são obrigados a racionar as reservas energéticas que têm e que estão a esgotar-se”, adiantou a OMS.

Segundo a organização, a dependência dos geradores é total para manter as funções mais críticas.

“No entanto, estas funções vitais também serão interrompidas dentro de alguns dias à medida que as reservas de combustível se esgotarem, o que terá um impacto devastador nos pacientes mais vulneráveis, incluindo os feridos que necessitam de cirurgia, os pacientes em cuidados intensivos e os recém-nascidos em incubadoras”, destacou a agência da ONU.

O movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de rebeldes armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestiniano, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.

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