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COP27: Costa adverte que transição ambiental tem custos e exige medidas de coesão social

LUSA
07-11-2022 16:07h

O primeiro-ministro advertiu hoje que o desafio da transição ambiental envolve transformações com custos e riscos significativos e que tem de ser acompanhado por medidas fortes do lado da coesão social para gerar confiança nos cidadãos.

António Costa falava numa mesa-redonda sobre “Transição Justa” no primeiro dos seus dois dias de participação na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorre em Shamr el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.

“Este caminho é e será muito exigente. Envolve transformações complexas, riscos e custos significativos para os Estados no seu conjunto, mas, em particular, para as nossas regiões, populações, empresas e trabalhadores”, declarou o líder do executivo.

Para o primeiro-ministro, o caminho da descarbonização tem de basear-se numa “transição justa e inclusiva”, em primeiro lugar entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento e, depois, entre países mais ou menos afetados pelas alterações climáticas.

“Mas sempre garantindo que não deixamos ninguém para trás e que combatemos a pobreza energética. Foi por isso que colocámos o pilar social de transição no centro da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia no ano passado”, justificou.

Na perspetiva de António Costa, os responsáveis políticos têm de demonstrar através das suas ações que a transição “é sinónimo de crescimento económico, de criação de emprego e de reforço da resiliência das nossas sociedades”.

“A confiança é essencial. Agora, mais do que nunca, com os impactos da pandemia covid-19 e da invasão da Ucrânia, os riscos das desigualdades estão a aumentar. Devemos olhar para o contexto atual como um apelo à ação. É tempo de acelerar a implementação de políticas que coloquem as pessoas no centro, principalmente as mais vulneráveis”, defendeu.

Neste processo, sustentou o líder do executivo português, é importante equilibrar uma boa medida para o ambiente com uma boa medida de transição justa e inclusiva.

“Diversificar as nossas economias, nomeadamente em áreas como as energias renováveis, atrai novas empresas, novos serviços e novas oportunidades de emprego. Os investimentos sustentáveis, tanto os azuis, como os verdes, têm impulsionado a recuperação económica e o crescimento, e têm o potencial de construir melhores e dignas oportunidades de trabalho. Só assim poderemos assegurar que os resultados que queremos alcançar, para o nosso povo e para o nosso planeta, resultem na prosperidade de todos”, acrescentou.

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