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Covid-19: Enfermeiros criticam falta de condições do centro de vacinação em Beja

LUSA
30-11-2021 17:57h

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) criticou hoje a alegada falta de condições do Centro de Vacinação de Beja, nomeadamente devido ao frio, e reclamou “medidas urgentes” da unidade local de saúde para as colmatar.

Em comunicado divulgado hoje, a Delegação Regional do Alentejo do SEP alertou que o Centro de Vacinação de Beja “não oferece condições aos profissionais que ali exercem, nem aos utentes”.

A estrutura sindical representativa dos enfermeiros disse já ter enviado uma carta ao conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) que alerta para “o comprometimento da atividade dos profissionais” que exercem naquele espaço.

O pavilhão onde funciona o centro de vacinação “é enorme”, tem aberturas “junto ao telhado” e, “mesmo com aquecedores a gás, o espaço é frio”, não existindo “aquecimentos nem portas de proteção” nas ‘boxes’ de vacinação, indicou o sindicato.

Além disso, “não há gabinetes para o atendimento nas inscrições/registos” e “o agendamento de utentes para vacinar é em grande volume”.

“Não houve contratação/reforço do número de enfermeiros na generalidade dos centros de saúde e, nalguns casos, até houve diminuição desse número”, pelo que “os enfermeiros estão exaustos”, acrescentou o SEP.

Segundo o sindicato, “o inquebrantável esforço de disponibilidade e empenho e a evidenciada capacidade de resiliência dos enfermeiros estão no limite”.

A situação “está insustentável e vai agudizar-se”, pelo que são necessárias “medidas urgentes”, argumentou o SEP, responsabilizando a administração da ULSBA “por alguma intercorrência que possa acontecer”.

A admissão de mais enfermeiros “é urgente”, para que seja possível “responder às necessidades em saúde da população”, sustentou ainda a estrutura sindical.

Já na segunda-feira, em comunicado, o PCP revelou ter questionado o Governo sobre a alegada “falta de condições de acolhimento e logística” no Centro de Vacinação de Beja, aludindo a queixas recebidas de profissionais de saúde e de utentes.

A pergunta, dirigida à ministra da Saúde, Marta Temido, e divulgada pelo grupo parlamentar comunista, foi subscrita pelo deputado do PCP eleito pelo círculo de Beja, João Dias, e também pela parlamentar do partido Paula Santos.

Segundo o PCP, o Pavilhão Institucional do Parque de Feiras e Exposições desta cidade alentejana, onde atualmente funciona o centro de vacinação, mantém “as mesmas carências” dos espaços anteriormente escolhidos e é “pouco acolhedor”.

O PCP alegou que, devido ao frio, “há enfermeiros a trabalhar com fatos de neve e aos utentes são disponibilizados aquecedores a óleo e cobertores”, afirma.

Contactada pela Lusa, na segunda-feira, fonte da ULSBA indicou que já foi instalado um conjunto de aquecedores a gás no centro de vacinação e iniciado o procedimento para a aquisição de equipamentos elétricos de aquecimento.

Também foram feitas melhorias nos gabinetes de vacinação, nomeadamente com a colocação de cobertura nesses espaços, disse.

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