O novo coronavírus, designado Covid-19, fez seis mortos e 1.716 infetados entre funcionários da saúde na China, revelaram hoje as autoridades do país, ilustrando os riscos para médicos e enfermeiros na linha da frente.
"Às 11:00 de 11 de fevereiro contabilizamos 1.716 casos confirmados entre médicos e enfermeiros em todo o país", disse Zeng Yixin, vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, organismo que tem estatuto ministerial.
"Entre os infetados, seis pessoas, infelizmente, morreram", detalhou.
A grande maioria - 1.102 - dos casos de contaminação ocorreu na cidade de Wuhan, cidade com 11 milhões de habitantes que é epicentro do novo coronavírus.
Médicos e enfermeiros em outras partes do país são também desproporcionalmente afetados, com cerca de 400 casos contabilizados.
Devido ao fluxo de pacientes nos hospitais de Hubei, província da qual Wuhan é capital, e à escassez de equipamento de proteção, incluindo máscaras, fatos, óculos ou luvas, alguns profissionais de saúde estão à mercê da contaminação pelo novo coronavírus.
O Covid-19 já infetou na China continental - excluindo Macau e Hong Kong - um total de 63.851 pessoas e provocou 1.380 mortos, segundo os dados mais recentes difundidos pela Comissão Nacional de Saúde.
O anúncio surge uma semana depois de o médico que inicialmente alertou para o vírus, e que foi repreendido pela polícia, ter morrido, suscitando críticas à atuação das autoridades.
A notícia sobre a morte de Li Wenliang, vítima do coronavírus para o qual alertou em dezembro passado, levou a reações imediatas nas redes sociais chinesas, com o 'hashtag' #woyaoyanlunziyou ('eu quero liberdade de expressão', em chinês) a tornar-se viral.
O alerta à comunidade médica de Wuhan valeu-lhe uma repreensão por parte da polícia, que o obrigou a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato "infundado e ilegal".