O PCP mostrou-se hoje preocupado com o “episódio lamentável” da morte de um homem depois de ter esperado seis horas para ser atendido na urgência do Hospital de Lamego.
Em comunicado, a Comissão Interconcelhia Lamego-Tarouca do PCP refere que, apesar de se tratar de uma “unidade hospitalar de referência regional”, o “momento sensível que o Serviço Nacional de Saúde atravessa reflete-se de forma prejudicial na qualidade dos serviços prestados e das valências ao serviço das populações”.
O PCP lembra que vem há muito alertando “para a carência de recursos humanos e materiais no Hospital de Lamego”, tendo reunido várias vezes com a administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), no qual aquele está integrado.
No seu entender, a morte ocorrida na segunda-feira e outros casos “evidenciam um plano montado de linhas claras para que se mantenha o subfinanciamento do serviço público de saúde”.
Isto acontece “em benefício do setor privado da área e do acesso recorrente à subcontratação pública de médicos e enfermeiros, vulgo tarefeiros, a fim de manter um perverso negócio e lóbi à volta da saúde”, acrescenta.
O CHTMAD já anunciou que vai averiguar as circunstâncias em que morreu o homem de 65 anos, na segunda-feira, um dia em que “a afluência ao serviço de urgência da unidade de Lamego foi excecionalmente alta, quando comparada com os dias anteriores”.
Segundo o jornal Correio da Manhã, “a família está revoltada e acusa a unidade de saúde de negligência médica”.
O PCP considera urgente a resolução de problemas “como a contratação de mais profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos, mais auxiliares de ação médica e assistentes operacionais e mais administrativos”, e também a aquisição de material médico e de equipamentos médicos que substituam os obsoletos.
No comunicado, a estrutura partidária refere ainda ser inadmissível “o encerramento de consecutivos serviços hospitalares ao longo dos últimos anos no Hospital de Lamego, relegando para um papel secundário um hospital que serve dezenas de milhar de pessoas”.
“É necessário inverter a tendência e assumir que, havendo uma infraestrutura recente e digna, se faça acompanhar pelo que lhe é devido e roubado por anteriores governos”, defende.
Entretanto, o grupo parlamentar do PCP questionou a ministra da Saúde sobre a situação do Hospital de Lamego e a “necessidade de reforço urgente de profissionais e meios materiais”.