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Covid-19: Espanhóis que estiveram em quarentena abandonaram o hospital

LUSA
13-02-2020 14:29h

Os 19 espanhóis que foram repatriados no dia 31 de janeiro de Wuhan, o epicentro do coronavírus, abandonaram hoje o hospital militar Gomez Ulla, nos arredores de Madrid, "com saúde", depois de duas semanas de quarentena.

O diretor do Centro de Coordenação de Alerta e Emergência do Ministério da Saúde espanhol, Fernando Simón, anunciou hoje em conferência de imprensa que os 19 espanhóis tiveram alta e agora podiam regressar a casa.

“Despedimo-nos deles com abraços e beijos", disse por seu lado a supervisora de enfermagem do hospital, Pilar Cardenas, acrescentando que o pessoal dos serviços médicos tentou que a quarentena fosse "tão suportável quanto possível".

Nenhum dos repatriados apresentou sintomas durante os 14 dias de quarentena e todos deram negativo nos sucessivos testes que foram realizados para despistar os riscos de contágio do coronavírus, batizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Covid-19.

O grupo tinha chegado a Madrid a 31 de janeiro num avião fretado pelo Reino Unido que, depois de aterrar na base militar de Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madrid, foi levado para o hospital Gómez Ulla para passar os 14 dias de quarentena estipulado pelos protocolos de segurança.

Durante estes dias viveram uma vida normal, mesmo recebendo visitas de familiares, e foram submetidos a controlos médicos regulares que demonstraram a ausência do vírus.

Os espanhóis em quarentena permaneceram no 17.º andar do Gómez Ulla (não na Unidade de Isolamento de Alto Nível que o centro também tem) e puderam circular livremente e levar uma vida normal dentro das limitações impostas pelo seu caso.

A China reportou hoje 254 novas mortes e 15.152 novos infetados em 24 horas pelo novo coronavírus, designado Covid-19, num aumento recorde que resulta de uma alteração na metodologia da contagem.

O número total de mortes pelo surto, em todo o mundo, inicialmente detetado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.369, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental.

A Comissão Nacional de Saúde da China detalhou que, entre os pacientes, há 8.030 casos graves e que 5.911 pessoas foram curadas e tiveram alta.

A província de Hubei, de onde o vírus é originário, registou, nas últimas 24 horas, 242 mortos, mais do dobro em relação ao dia anterior.

Também o número de infetados ultrapassou em quase dez vezes os casos reportados na quarta-feira. Foram registados mais 14.840 novos casos da infeção na província, fixando o total em mais de 48 mil.

O novo método de contagem inclui "casos clinicamente diagnosticados", mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.

Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.

Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan especificamente para o tratamento de infetados com o Covid-19.

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