Um navio de cruzeiro com mais de 2.000 pessoas a bordo e impedido de entrar em vários países asiáticos devido ao risco de uma possível propagação do novo coronavírus, designado Covid-19, atracou hoje no Camboja.
O MS Westerdam, navio de cruzeiro da companhia de navegação Holland America Line, recebeu na quarta-feira autorização das autoridades cambojanas para atracar no porto de Sihanoukville, depois de a Tailândia negar na terça-feira o desembarque face ao risco de algum viajante ser portador do vírus.
Japão, Taiwan, Filipinas e Guam já tinham impedido o navio de cruzeiro de atracar nos seus territórios.
Cerca de 1.450 passageiros e 802 membros da tripulação partiram no dia 01 de fevereiro de Hong Kong e planeavam chegar no sábado à cidade japonesa de Yokohama, mas as autoridades nipónicas negaram a entrada, depois de uma pessoa a bordo ter apresentado sinais de estar infetada pelo novo coronavírus da China.
Num comunicado divulgado na quarta-feira, a companhia de navegação indicou que "todos os passageiros do navio estão bem" e que "não há casos conhecidos ou suspeitos do coronavírus a bordo".
A China reportou hoje 254 novas mortes e 15.152 novos infetados em 24 horas pelo novo coronavírus - Covid-19 - num aumento recorde que resulta de uma alteração na metodologia da contagem.
O número total de mortes pelo surto, inicialmente detetado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.367, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental.
A província de Hubei, de onde o vírus é originário, registou, nas últimas 24 horas, 242 mortos, mais do dobro em relação ao dia anterior. Também o número de infetados ultrapassou em quase dez vezes os casos reportados na quarta-feira. Foram registados mais 14.840 novos casos da infeção na província, fixando o total em mais de 48 mil.
O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta também o território de Macau (com oito infetados) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para hoje, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.