A Associação de Apartamentos Turísticos de Barcelona (Apartur) alertou hoje que o cancelamento da maior feira de telecomunicações móveis se vai traduzir em “importantes perdas” para o setor, já que o evento previa gerar 14 milhões de euros.
Em comunicado, citado pela agência espanhola Efe, o presidente da associação, Enrique Alcántara, lamentou o cancelamento do Mobile World Congress (MWC) devido ao surto do novo coronavírus (Covid-19), uma vez que o evento permitiria “salvar a época baixa” para os apartamentos turísticos.
A associação GSMA decidiu cancelar o MWC, a maior feira de telecomunicações móveis, cujo início estava previsto para dia 24, em Barcelona, perante as sucessivas desistências dos participantes face ao receio associado ao novo coronavírus.
Enrique Alcántara sublinhou que a edição deste ano do MWC tinha proporcionado “um ritmo de reservas [de alojamento] muito acima do ano passado”, considerando, por isso, que a decisão da GSMA de cancelar a feira foi “um golpe muito duro”.
Contudo, o presidente da Apartur “respeita e entende” a decisão adotada pela organização, porque foi motivada por razões “de saúde pública”.
Citada pela Associated Press (AP), a GSMA indicou que a edição deste ano do MWC não se vai realizar, após ter recebido uma onda de cancelamentos.
Ao início da tarde, a imprensa espanhola avançou que a associação organizadora tinha decidido, em reunião extraordinária, avançar com a realização do certame, porém, algumas horas depois, acabou por recuar na sua decisão.
Empresas como a Ericsson, Sony, Amazon, Intel e LG, Nokia, Vodafone e Deutsche Telekom já tinham anunciado a sua desistência.
No congresso, cujo final estava agendado para dia 27, eram esperados mais de 100 mil visitantes de cerca de 200 países, incluindo cinco a seis mil pessoas da China.
A epidemia provocada pelo Covid-19 detetado em Wuhan causou já 1.115 mortos, dos quais 1.113 na China continental, onde se contabilizam mais de 44 mil infetados, 2.015 detetados na terça-feira, segundo o último balanço divulgado.
De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, o número total de mortos na terça-feira foi de 97.
O chefe do departamento de urgências de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, alertou hoje que "é muito cedo para tentar prever o início, o meio ou o fim" do surto.
O balanço é superior ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.