Um navio de cruzeiro com mais de 2.000 pessoas a bordo e impedido de atracar em vários países asiáticos devido ao risco de uma propagação do coronavírus vai desembarcar no Camboja, anunciou hoje a companhia de navegação.
O Westerdam, navio de cruzeiro da companhia de navegação Holland America Line, segue em direção à cidade costeira de Sihanoukville, no Camboja, onde está previsto chegar às 07:00 de quinta-feira (00:00 em Lisboa), depois de a Tailândia negar na terça-feira o desembarque face ao risco de algum viajante ser portador do novo coronavírus - Covid-19.
Japão, Taiwan, Filipinas e Guam já tinham impedido o navio de cruzeiro de atracar nos seus territórios.
"Recebemos todas as autorizações e estamos extremamente gratos às autoridades cambojanas pelo seu apoio. Os passageiros vão desembarcar em Sihanoukville nos próximos dias e serão transportados em voos ‘charter’ para Phnom Penh [capital do Camboja], onde vão poder viajar de volta para as suas casas", explicou a companhia em comunicado.
Cerca de 1.450 passageiros e 802 membros da tripulação partiram no dia 01 de fevereiro de Hong Kong e planeavam chegar no sábado à cidade japonesa de Yokohama, mas as autoridades nipónicas negaram a entrada, depois de uma pessoa a bordo ter apresentado sinais de estar infetada pelo novo coronavírus da China.
"Todos os passageiros do navio estão bem e, apesar das informações erradas, não há casos conhecidos ou suspeitos do coronavírus a bordo", acrescentou a companhia de navegação.
O número de mortos na China continental devido ao Covid-19 aumentou para 1.113, anunciou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa.
De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 97.
O número total de casos confirmados é de 44.653, dos quais 2.015 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês.
As autoridades chinesas acrescentaram ainda que 451.462 pacientes foram acompanhados por terem tido contacto próximo com os infetados, dos quais 185.037 ainda estão sob observação.
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta também o território de Macau (com oito infetados) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.