O parlamento espanhol aprovou hoje na generalidade o projeto-lei do PSOE sobre a eutanásia, com os votos favoráveis dos restantes partidos, exceto o PP e o Vox, que acusam os socialistas de quererem economizar o investimento em cuidados paliativos.
De acordo as agências Associated Press e Efe, a proposta do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi aprovada com 201 votos a favor, 14 contra e duas abstenções – dos deputados do partido Teruel Existe (TE) Tomás Guitarte e da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) Joan Capdevila.
Depois da aprovação na generalidade, o projeto-lei sobre a eutanásia vai ser discutido em sede de Comissão Parlamentar de Saúde e vai ser depois votada em votação final global.
Durante o debate desta iniciativa parlamentar, deputada socialista María Luisa Carcedo acusou o Partido Popular (PP) de querer banalizar uma lei “que apenas pretende regular um novo direito” e que “não obriga a nada”.
De acordo com a deputada, a lei confere um novo direito que deve ser exercido com todas as garantias jurídicas e sanitárias, e cuja decisão deve ser tomada “deliberadamente e livre de qualquer pressão social, económica e familiar”.
María Luisa Carcedo sublinhou também que se trata de “uma lei muito solicitada por alguns coletivos” e que os profissionais de saúde são “maioritariamente apoiantes” desta regulação.
O deputado do PP José Ignacio Echániz afirmou que a lei esconde uma “questão financeira” e que o PSOE quer aliviar o investimento estatal em cuidados paliativos.
“Temos a obrigação de eliminar a dor e o sofrimento, mas não a pessoa que está com dores e em sofrimento”, referiu o parlamentar, acrescentando que há quem veja que “a longevidade se converteu num risco financeiro”.