A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, garantiu hoje que Portugal tem “um robusto dispositivo de saúde pública” ativado para o novo coronavírus e disse que já estão a ser identificados “hospitais de segunda linha”.
Numa conferência de imprensa em Lisboa, Graça Freitas disse que as regiões autónomas são a grande prioridade agora, no sentido de se prepararem para fazer localmente os testes e análises ao novo coronavírus, designado pela OMS como Covid-19.
Atualmente são em Lisboa e Porto os hospitais de referência (Curry Cabral em Lisboa e São João no Porto) mas a Direção-Geral da Saúde (DGS) está “a identificar hospitais de segunda linha” de contenção, que serão nos Açores, na Madeira, em Coimbra e no sul do país (não garantiu que seja em Faro).
“Com as administrações regionais de saúde estamos a identificar quais os hospitais para enviar doentes. Serão de segunda linha de contenção. Depois ou a doença fica por aí ou escala, e nessa outra fase todos os hospitais atenderão doentes, já com outros requisitos”, explicou Graça Freitas, referindo-se a uma hipótese de haver uma escalada mundial de disseminação do vírus, por enquanto muito circunscrito à China continental.
Hospitais de segunda linha, explicou, serão hospitais preparados com quartos, equipamentos, equipas técnicas e laboratórios, para o caso de ser necessário. “Se for necessário os doentes internam-se lá, estão preparados, não estão ativados”, precisou.
Hoje, disse Graça Freitas, reuniu-se a Comissão Coordenadora de Emergência, que junta a DGS e parceiros como o INEM, o Instituto Ricardo Jorge, o Infarmed e as Administrações Regionais de Saúde, para preparar uma resposta ao vírus, se necessário.
“Dentro desta preparação estamos em fase de contenção. O sistema de detetar precocemente casos suspeitos tem funcionado até à data”, afirmou a responsável, lembrando que já seis pessoas foram internadas nos hospitais de referência por suspeita de infeção por Covid-19 e que todas deram negativo.
Graça Freiras frisou que Portugal tem capacidade para detetar e transportar em segurança para um hospital de referência um caso suspeito e que se um dia tem de facto um caso tem capacidade para isolar e tratar o doente e “rastrear os contactos”.
O novo coronavírus detetado na China já provocou mais de 43 mil infetados e mais de mil mortos, sendo que apenas uma das vítimas mortais ocorreu fora da China, nas Filipinas.