A seleção chinesa de ténis de mesa encontra-se em estágio em Doha, no Qatar, onde irá participar num evento do ITTF World Tour, de 03 a 08 de março, devido ao surto generalizado do novo coronavírus na China.
A decisão foi tomada após a participação no Open de Magdeburgo, na Alemanha, e a Federação Internacional de Ténis de Mesa (ITTF), com a colaboração da Associação de Ténis de Mesa do Qatar (QTTA), preparou um espaço, em Doha, para o estágio dos 29 elementos da seleção chinesa.
Depois de receber a confirmação da seleção chinesa sobre os seus planos, e em apenas um dia, os anfitriões providenciaram um espaço com 15 mesas, instalações para treino físico, reabilitação, equipas médicas, refeições e acomodações.
O presidente da Associação Chinesa de Ténis de Mesa (CTTA), Liu Guoliang, expressou já a sua gratidão ao presidente da QTTA e ao vice-presidente da ITTF, Khalil Al-Mohannadi, bem como ao CEO da ITTF, Steve Dainton, pela ajuda.
“Estamos gratos por toda a assistência prestada durante este período de dificuldade. Não esperávamos que eles pudessem preparar o local, mesas e instalações para nós dentro de um período tão curto de tempo”, disse Liu Guoliang.
O dirigente destacou que as mesas utilizadas neste estágio são as mesmas que serão utilizadas no Open do Qatar2020 e realçou a QTTA ter disponibilizado para os treinos da seleção chinesa as duas mil bolas que tinha guardado para a prova.
A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infetados, segundo o balanço hoje divulgado.
Na segunda-feira, de acordo com os dados anunciados pela Comissão Nacional de Saúde da China, registaram-se no território continental chinês 108 mortes e foram detetados 2.478 novos casos de infeção, para um total de 42.638, em especial na província de Hubei (centro), onde perto de 60 milhões de pessoas permanecem em quarentena.
O balanço é superior ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, atinge também a região chinesa de Macau (10 casos de infeção) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.
Na Europa, contam-se desde segunda-feira 43 infetados, com quatro novos casos detetados no Reino Unido, onde a propagação do vírus foi declarada uma “ameaça séria e iminente para a saúde pública”.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.