Os trabalhadores da limpeza do Hospital de São João, no Porto, iniciaram este sábado uma greve de três dias com uma adesão “próxima dos 70 por cento” e o sindicato garante que a instituição vai “parar completamente” na segunda-feira.
“Na segunda-feira, o mesmo nível de adesão não vai ser suficiente para garantir a limpeza necessária de um dia normal de funcionamento no hospital, com todos os consultórios e gabinetes abertos. Neste momento, temos pouco mais de dez funcionários a trabalhar, limitando-se a limpar casas de banho e a despejar caixotes do lixo. As desinfeções em ambulatório ou a limpeza de consultórios e da urgência não estão a ser feitas”, descreveu à Lusa o coordenador do sindicato do setor.
De acordo com Eduardo Teixeira, coordenador regional do STAD — Sindicato dos Trabalhadores de Atividades Diversas, a greve dos cerca de 200 trabalhadores da empresa de limpeza contratada pelo ‘São João’ vai “parar completamente o hospital na segunda-feira”. O responsável acrescenta que, diariamente, trabalham em média naquele hospital cerca de 120 trabalhadores. Na concentração deste sábado, acrescentou, estiveram cerca de 150.
“Realmente, os trabalhadores da limpeza fazem muita diferença”, realçou o sindicalista, referindo-se à greve que começou à meia-noite e que vai repetir-se em junho, caso os trabalhadores não vejam satisfeitas as reivindicações relativamente ao aumento do subsídio de alimentação.
Eduardo Teixeira esclareceu que a empresa CLECE paga aos trabalhadores um subsídio de alimentação de 1,85 euros e que a administração do hospital “deu o dito pelo não dito” relativamente a um “acordo feito em dezembro” para os funcionários da limpeza passarem a receber um total de 3,50 euros.
“Houve uma greve destes trabalhadores marcada para dezembro que foi desconvocada porque a administração do ‘São João’ se comprometeu, por escrito, a pagar o aumento do subsídio para os 3,50 euros a partir de abril. Agora, a administração deu o dito pelo não dito e existe um descontentamento geral”, observou o sindicalista.
Segundo o coordenador do STAD, existe um universo de 200 trabalhadores de limpeza no Hospital de São João, estando todos ao serviço de uma empresa externa. “Estamos, desde há quatro anos, a tentar negociar um aumento do subsídio de alimentação, que é de 1,85 euros e da parte da empresa não há qualquer negociação”, acrescentou.