O grupo bancário BFF tinha no final do ano passado 142 milhões em créditos a receber em Portugal, menos 47% do que no fim de 2018.
Em informação à Lusa, fonte oficial disse que, em 2019, "a sucursal portuguesa do BFF Banking Group adquiriu um total de 171 milhões de euros em créditos sobre entidades publicas" e que no final do ano passado tinha "142 milhões no balanço de créditos a receber".
No final do exercício de 2018, tinha 266 milhões de euros em balanço de créditos a receber.
O grupo italiano BFF Banking Group divulgou hoje que teve lucros de 98,8 milhões de euros em 2019, mais 8% do que os registados em 2018, e que vai distribuir 70,9 milhões de euros em dividendos (o equivalente a 72% dos resultados).
Em termos de crédito a clientes (líquidos), em 2019, subiram 15% para 4.118 milhões de euros, dos quais 41% fora de Itália (Portugal, Polónia, Espanha, Eslováquia, República Checa, Grécia, Croácia e França), o que compara com os 35% de 2018.
Já o volume de negócios cresceu 3% para 4.850 milhões de euros (excluindo IOS Finance), o que o grupo atribui ao maior volume de negócios em Espanha (mais 36% em termos homólogos, excluindo IOS Finance) e Polónia (mais 17% em termos homólogos).
Em Portugal, informou, o volume de negócios desceu 34% em 2019, face a 2018, o que o grupo bancário atribui à "injeção de dinheiro pelo Governo no final de 2019".
Em causa está o facto de o Governo português ter investido em 2019 mais dinheiro para regularização de dívidas do setor da saúde.
A operar em Portugal desde 2014 e com uma sucursal desde o ano passado, o que o BFF Banking Group faz em Portugal é comprar faturas ('factoring') que empresas privadas tenham sobre a administração pública, ficando a seu cargo cobrar e receber os montantes que o Estado tem em dívida, sendo dos maiores credores do Estado português na área da saúde.
Em agosto, o responsável da entidade para Portugal, Nuno Francisco, indicou à Lusa que o grupo queria expandir a atividade para compra de créditos sobre autarquias locais e municípios.
O BFF nasceu em 1985 em Itália, quando empresas farmacêuticas com elevadas quantias a cobrar sobre o Estado italiano se uniram e criaram um consórcio para fazer a gestão dessas cobranças, ganhando força pela escala.
O grupo bancário BFF fechou o ano de 2019 com 517 trabalhadores, mais 65 do que em 2018.
Além de Itália, o grupo tem presença em Polónia, Espanha, Portugal, Eslováquia, República Checa, Grécia, Croácia e França.