A polícia de Hong Kong está a procura de duas pessoas que, aparentemente, fugiram da quarentena obrigatória de 14 dias, imposta há dois dias pelo Governo local para impedir a propagação do coronavírus.
Numa conferência de imprensa na manhã de hoje, as autoridades de saúde da cidade explicaram que a polícia iria emitir mandados de prisão para estas duas pessoas.
As identidades e nacionalidades não foram divulgadas. As autoridades de Hong Kong não conseguiram localizar estas duas pessoas que deveriam estar a cumprir a quarentena obrigatória, uma medida que entrou em vigor no sábado.
A iniciativa procura conter a disseminação do coronavírus e obriga todos os que chegam a Hong Kong da China continental a passarem duas semanas em isolamento nas suas casas, hotéis ou centros de quarentena do Governo.
Aqueles que violarem essa nova regra enfrentarão sentenças máximas de seis meses de prisão e multas de 25.000 dólares de Hong Kong (cerca de 2.940 euros).
A secretária de Alimentação e Saúde de Hong Kong, Sophia Chan, disse que desde sábado, 1.193 pessoas - quase 90% destas residentes de Hong Kong - receberam ordens para entrar em quarentena.
No entanto, entre estas mais de mil pessoas, nove deixaram os locais onde deveriam permanecer: sete foram encontrados, mas os outros dois não foram localizados.
Esta medida, a mais recente adotada pelo Governo para combater o coronavírus, recebeu críticas em Hong Kong, onde alguns dizem que será ineficaz devido às dificuldades em manter as pessoas em quarentena sob controlo.
Os críticos do Governo local pediram o encerramento completo das fronteiras com a China continental, considerando insuficiente o encerramento temporário de dez dos treze pontos da fronteira.
No entanto, o subsecretário de Alimentação e Saúde, Daniel Cheng, disse que a quarentena obrigatória "não é um fracasso" só porque duas pessoas conseguiram sair desta.
Até ao momento, há um total de 38 casos confirmados de coronavírus em Hong Kong.
As autoridades chinesas elevaram hoje para 908 mortos e mais 40 mil infetados o balanço do surto de pneumonia na China continental causado pelo novo coronovírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
No domingo, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, foram registadas no território continental chinês 97 mortes e detetados 3.000 novos casos de infeção.
O número total de mortes ascende a 910, contabilizando as duas registadas fora da China continental, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.