O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje mais fiscalização no combate ao desperdício na saúde, sugerindo que existem “relações comerciais menos transparentes” neste setor.
Na sua intervenção de encerramento do 38.º Congresso do PSD, Rui Rio dedicou parte do seu discurso à saúde, onde reiterou a defesa da colaboração entre setores público, privado e social.
“Não se consegue perceber como é que o PS, seguindo a esquerda mais radical, confunde a árvore com a floresta e rejeita liminarmente qualquer colaboração através de parcerias público-privadas”, afirmou, considerando que esta atitude não é sensata.
Para Rio, na área da saúde, “os portugueses dispensam quezílias ideológicas que, há muito, deviam ter sido ultrapassadas”.
“O SNS necessita rapidamente de encontrar um rumo, o rumo que foi perdendo nestes últimos quatro anos”, afirmou, defendendo “gestores mais competentes e menos ligados à lógica partidária”.
Rio pediu, neste setor, “uma ministra que ouça e dialogue mais com os profissionais” para dar “um novo rumo ao SNS” e deixou um ‘recado’ sobre o setor, sem total concretização.
“Precisa de mais fiscalização no combate ao desperdício e, muito provavelmente, na deteção de relações comerciais menos transparentes nas aquisições de bens e serviços”, disse.
Ainda na área da saúde, o presidente do PSD avisou o Governo “que não adianta propagandear com palavras doces a defesa dos mais desfavorecidos, quando as políticas que se implementam tornam tantas vezes os pobres ainda mais pobres”.
Rio estendeu a crítica de degradação dos serviços públicos a outros setores, como as forças de segurança - “um pilar do Estado de Direito democrático” - e a educação, onde apontou “uma tendência para o facilitismo que desmotiva os professores e tende a trair o futuro profissional dos alunos”.
“No presente, será seguramente muito simpático aliviar os níveis de exigência, mas no futuro a fatura que todos pagaremos será de gigantesca dimensão”, alertou.
Nos desafios de ordem estrutural, o líder do PSD incluiu o aquecimento global e o problema demográfico.
“O combate às alterações climáticas é, por isso, uma matéria que não nos pode dividir. Tem de ser um objetivo comum, para o qual todos devemos colaborar - sem fanatismos histéricos e com o realismo próprio do meio em que nos inserimos”, defendeu, sublinhando “os pergaminhos” do PSD nesta matéria.
Na área da natalidade, defendeu “medidas urgentes e eficazes” e lembrou que o PSD, no seu programa eleitoral, apresentou propostas como políticas de apoio aos nascimentos dos segundo e terceiros filhos.