A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje que apoiará o plano de contingência do Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe no caso de se detetarem casos do novo coronavírus.
"O problema é que o país precisa de ajuda para estar preparado a tempo (…) para ter a possibilidade de implementar o plano de contingência e estar preparado para uma eventual entrada da doença no país", disse a representante da OMS no país, Anne Ancie.
Numa comunicação ao país, a representante da OMS em São Tomé e Príncipe não especificou que tipo de ajuda a sua organização pode dar ao arquipélago.
Anne Ancie referiu que em África ainda não existe qualquer caso suspeito de coronavírus, mas "isso não impede que se faça um trabalho intenso" no continente.
O Governo são-tomense instalou uma unidade de vigilância no aeroporto da capital e um espaço de isolamento no principal hospital do país para gestão de possíveis casos de coronavírus.
“Sabemos que o Ministério da Saúde está a desenvolver um plano de contingência que tem por objetivo detetar e isolar rapidamente casos suspeitos da doença para que ela não seja disseminada no país. É um trabalho que está em linha com o regulamento internacional", disse a responsável da OMS.
Anne Ancie garante que está a trabalhar "muito de perto" com o governo são-tomense a preparar-se para casos eventuais no país.
“Visitei o aeroporto para ver o trabalho que está a ser feito para conter a porta de entrada do coronavírus no país. Se um caso da doença surgir no país tem que ser um caso que veio de fora e a porta de entrada será o aeroporto", afirmou a representante da OMS.
O Presidente da República, Evaristo Carvalho, recebeu na sexta-feira o ministro da Saúde para analisar as medidas adotadas pelo Governo para a prevenção do coronavírus.
Entretanto, o chefe de Estado são-tomense manifestou solidariedade ao homólogo da China e ao povo chinês devido às mortes causadas pelo coronavírus.
Em mensagem enviada a Xi Ginping, Evaristo Carvalho disse estar "convicto de que, como no passado em situação similar, as fortes e pertinentes medidas tomadas pelas autoridades chinesas surtirão efeitos esperados e contribuirão para debelar as consequências nefastas desta terrível doença".
Evaristo Carvalho sublinhou que "este momento tão difícil para o Governo e para o povo chinês seja de muita coragem e esperança na certeza de que, sob a direção do Presidente chinês a República Popular da China saberá ultrapassar mais esta etapa".
São Tomé e Príncipe tem 17 estudantes na cidade de Wuhan, epicentro do coronavírus.
Em comunicado do conselho de ministros datado de 06 de fevereiro, o executivo determina o estabelecimento de uma "linha de comunicação diária" e o desbloqueamento de uma verba para os estudantes são-tomense em Wuhan, cidade chinesa afetada pelo coronavírus, indica um comunicado do Conselho de Ministros.
O novo coronavírus, que surgiu em dezembro na cidade de Wuhan (centro da China), já contaminou mais de 34.500 pessoas e provocou 722 mortos na China continental, segundo o balanço de hoje das autoridades sanitárias chinesas.
A epidemia continua a alastrar no mundo, com mais de 320 casos confirmados em 30 países e territórios. A procura de um tratamento e de uma vacina está ainda a ser estudada.
Guterres considerou que a crise do novo coronavírus necessita de “cooperação e solidariedade internacionais muito fortes”.
“Nós devemos evitar a estigmatização que pode, por vezes, acompanhar uma situação como esta, na qual, de repente, pessoas que não têm nada a ver com isso são estigmatizadas por uma razão ou outra”, acrescentou.
"Acho importante manter uma perspetiva que leve em consideração os direitos humanos", concluiu.