O Centro Hospitalar do Oeste vai instalar um sistema de videovigilância no exterior do Museu do Hospital e das Caldas, nas Caldas da Rainha, para impedir a vandalização do espaço recorrentemente danificado com ‘graffitis’, informou hoje a administração.
Em causa está um espaço de circulação pública, nas traseiras do edifício do Museu do Hospital e das termas, património do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), cujas paredes são sistematicamente alvo de “atos de vandalismo difíceis de controlar, apesar dos esforços efetuados” pelo conselho de administração daquela instituição.
Os jardins do edifício e um túnel que liga o museu à sede da administração hospitalar têm “diversos pontos de entrada" que a administração do CHO disse à agência Lusa ter tentado “minimizar através da remoção de uma escada e da colocação de uma fechadura no portão do túnel”.
Porém, a fechadura “foi destruída na noite seguinte”, disse a fonte da administração.
O CHO tem igualmente tentado evitar a vandalização daquele património, integrado no antigo “Palácio Real”, através da iluminação do espaço e de “visitas periódicas” por parte da Polícia de Segurança Pública e da empresa responsável pela vigilância nos edifícios da instituição.
Esforços que, no entanto, não têm impedido que as paredes sejam grafitadas e que levaram a instituição a “desenvolver um processo de consulta para aquisição de câmaras de videovigilância para tentar dissuadir a prática destes atos”.
O hospitalar vai também proceder à limpeza e pintura do local “assim que as condições climatéricas o permitam”.
O Museu do Hospital e das Caldas faz parte do conjunto patrimonial ligado ao Hospital Termal Rainha D. Leonor e expõe em permanência peças ligadas à história do hospital termal mais antigo do mundo.
O imóvel remonta à chamada "Caza Real", onde habitou a rainha D. Leonor, fundadora do hospital.
No século XVIII, o edifício foi remodelado e adaptado para residência dos provedores e tesoureiros do hospital termal, e mais tarde alvo de reformas em 1861 e em 1894, passando a partir desta data a acolher a família real que periodicamente se deslocava a Caldas da Rainha na época termal.
Após a Proclamação da República Portuguesa, em 1910, o imóvel conheceu diversas funções e, no final do século XX, foi devolvido ao hospital termal.
Em 1992 foi alvo de obra de restauração com o apoio do Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR), do Instituto Português de Museus e da Fundação Calouste Gulbenkian, passando a albergar o Museu do Hospital e das Caldas.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.