A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje para o excesso de procura de máscaras e outros equipamentos de proteção contra o novo coronavírus, o que pode comprometer a segurança dos que realmente precisam, os profissionais de saúde.
Michael Ryan, diretor executivo para as emergências da OMS, disse em conferência de imprensa, em Genebra, que a organização está preocupada com o aumento da procura de máscaras especializadas, que os profissionais de saúde usam para tratar os doentes infetados com o coronavírus.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, adiantou, na mesma altura, que o aumento da procura de equipamento como batas, luvas e máscaras, levou a OMS a enviar suprimentos de equipamentos de proteção para países de todas a regiões do mundo.
“Essa situação foi exacerbada pela generalização do uso inadequado (do equipamento de proteção individual) fora do atendimento do doente”, disse o responsável, acrescentando que por isso há stocks esgotados por vários meses.
Tedros Adhanom Ghebreyesu salientou que os stocks globais de máscaras e respiradores são insuficientes para atender às necessidades da OMS e dos seus parceiros, acrescentando que subiu exponencialmente a procura de materiais de proteção bem como os preços. A OMS desaconselha a que se acumule materiais de proteção em países e lugares com fraca propagação do vírus e diz que está a trabalhar com parceiros públicos e privados para tentar gerir o fornecimento de materiais.
Na conferência de imprensa o diretor-geral também se referiu aos últimos números de infetados com o coronavírus afirmando que uma queda no número de novos casos nos últimos dois dias são “boas notícias”, mas alertou para a necessidade de olhar para os números com cuidado.
"Nos últimos dois dias os números indicam uma tendência decrescente, mas podem voltar a subir, o que é natural", afirmou.
A China, epicentro do surto de coronavírus, atualizou hoje o número de casos para 31.161, um aumento de 3.152, o menor aumento diário desde terça-feira.
Tedros Adhanom Ghebreyesu voltou a apelar para que todos os países partilhem as suas informações sobre o surto.
O surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado em Wuhan, capital da província de Hubei (centro da China), já provocou mais de 600 mortos e infetou mais de 31 mil pessoas, segundo dados divulgados pelo país.
Além do território continental da China e das regiões administrativa especiais chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países.
A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.