Angola vai receber ‘kits’ de despiste do novo coronavírus, para avaliar os casos suspeitos que são agora analisados num laboratório sul-africano, disse hoje fonte da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a OMS, Angola vai receber os ‘kits’ para poder realizar os testes de nCoV localmente, tendo em conta que o Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Nacional de Investigação em Saúde está bem equipado e com condições adequadas para o fazer.
Na quinta-feira, Angola enviou duas amostras de casos suspeitos do coronavírus, para o laboratório de referência na África do Sul, depois de uma primeira, que resultou em teste negativo.
A primeira amostra, cujo resultado do teste foi negativo, referia-se a um cidadão chinês, recentemente chegado da China, apresentando um quadro de febres altas e tosse.
A OMS descartou, por agora, o envio a Angola de mais especialistas face à situação, porquanto, tem localmente quadros oficiais de emergência, que têm apoiado o Ministério da Saúde angolano, desde a primeira hora, na criação de condições para a prevenção e resposta ao surto de coronavírus, iniciado na China.
"Porém, caso seja necessário, a OMS poderá enviar a qualquer momento especialistas para reforçar os esforços em curso de resposta ao surto de coronavírus", refere a organização das Nações Unidas.
Angola está entre os 13 países africanos de prioridade máxima listados pela OMS, na luta contra o coronavírus, que precisam de ser vigiados de perto devido aos seus laços diretos com a China ou ao elevado volume de viagens para o país asiático.
O Governo angolano anunciou, quinta-feira, que impôs a obrigatoriedade de quarentena para todos os passageiros provenientes da China e tem atualmente sob observação 40 cidadãos que regressaram em voos nos últimos dias.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, a quarentena aplica-se a cidadãos angolanos, chineses ou de outras nacionalidades que cheguem a partir da China ou que tenham estado em contacto com pessoas afetadas, visando prevenir o contágio com o coronavírus, que já provocou 563 mortos na China.
"Já temos um hospital referência da Barra do Kwanza, onde se encontram 40 cidadãos que chegaram nos voos há alguns dias", acrescentou o chefe da diplomacia angolana.
Manuel Augusto assegurou que o Governo "está a cumprir as normas internacionais", e a criar condições para preservar a saúde pública, admitindo que "as medidas não são simpáticas" e "podem perturbar a atividade económica", porque há "parceiros e trabalhadores que podem estar abrangidos por essa necessidade de quarentena".
A China elevou hoje para 636 mortos e mais de 31 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.