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Vírus: Art Basel cancela feira de arte contemporânea em Hong Kong

LUSA
07-02-2020 08:45h

A feira de arte contemporânea Art Basel, prevista para o final de março, em Hong Kong, foi cancelada devido ao surto do novo coronavírus, anunciou hoje a organização.

A decisão é mais uma má notícia para a região administrativa especial chinesa que, desde junho passado, foi forçada a cancelar vários eventos desportivos e culturais devido a manifestações quase diárias por reformas políticas no território.

"Não temos escolha a não ser cancelar a feira", disse o presidente executivo Bernd Stadlwieser, num comunicado do grupo MCH, a empresa suíça encarregue de organizar a feira, lamentando uma decisão "extremamente difícil".

"Analisamos todas as outras opções, incluindo o adiamento, e reunimos todos os conselhos e opiniões de proprietários de galerias, parceiros e especialistas externos", garantiu.

A feira de arte contemporânea realiza-se anualmente em Hong Kong desde 2013, e atrai, em particular, compradores de arte de toda a Ásia, especialmente chineses.

A Art Basel assegurou que vai continuar a apostar na região semiautónoma chinesa e planeia voltar em 2021.

Hong Kong entrou em recessão em 2019, vítima da guerra comercial entre China e Estados Unidos e de manifestações pró-democracia marcadas por cenas de vandalismo, confrontos com a polícia e paralisação dos transportes.

Prevê-se que o surto originário no centro da China, e que se alastrou a Hong Kong, levando ao encerramento de fronteiras e ligações aéreas, constituía outro golpe na atividade económica da cidade.

Hong Kong notificou Macau de que vai colocar sob quarentena todos aqueles que passarem a fronteira e que tenham estado na China continental nos 14 dias anteriores, foi hoje anunciado.

A medida entra em vigor a partir deste sábado e além de Macau impõe a obrigatoriedade de quarentena "para todas as pessoas que tenham estado na China interior nos 14 dias anteriores à sua chegada a Hong Kong, incluindo os cidadãos de Macau”.

Na quarta, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, tinha anunciado que os visitantes entrados na região a partir do continente chinês seriam obrigados a um período de 14 dias de quarentena, período máximo de incubação do novo coronavírus, para conter a propagação da doença.

As ligações marítimas com Macau foram também suspensas, mantendo-se apenas a travessia pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, neste momento o único acesso da população do território para chegar ao aeroporto internacional de Hong Kong.

Enquanto em Hong Kong já foi registada uma morte e mais de duas dezenas de infetados, em Macau as autoridades têm identificados nove casos.

A China elevou hoje para 636 mortos e mais de 31 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. Na Europa, o número de casos confirmados chegou quinta-feira a 31, com novas infeções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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