As autoridades chinesas anunciaram hoje que vão abrir um inquérito sobre o caso do médico de Wuhan repreendido pela polícia, depois de em dezembro passado ter feito um alerta sobre o novo coronavírus.
O médico Li Wenliang morreu esta manhã na cidade, no centro do surto do coronavírus, na província de Hubei, desencadeando uma onda de críticas nas redes sociais chinesas por numerosos internautas que o consideraram um herói.
Em comunicado, o órgão do Partido Comunista Chinês encarregado de lutar contra a corrupção anunciou o envio de uma equipa para Wuhan "para realizar um inquérito exaustivo sobre as circunstâncias relativas ao caso do médico Li Wenliang, tal como foram referidas pelas massas".
Numa mensagem eletrónica dirigida aos colegas, este oftalmologista alertava para o aparecimento de um coronavírus na cidade de 11 milhões de habitantes, atualmente em quarentena.
Com sete outras pessoas, Li foi convocado, em 30 de dezembro, pela polícia local que o repreendeu por espalhar rumores.
De 34 anos, o médico, contagiado por um doente infetado com o coronavírus, morreu esta manhã num hospital de Wuhan.
A notícia da morte foi seguida por uma onda de críticas nas redes sociais chinesas contra os responsáveis locais.
A China elevou hoje para 636 mortos e mais de 31 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. Na Europa, o número de casos confirmados chegou quinta-feira a 31, com novas infeções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.