A MGM China anunciou a doação de 20 milhões de patacas (2,3 milhões de euros) para combater o surto do coronavírus chinês, elevando para mais de 12 milhões de euros a ajuda dos operadores de casinos de Macau.
O contributo foi articulado com o Gabinete de Ligação do Governo central chinês na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), para "ajudar a província de Hubei a combater a epidemia", de acordo com o comunicado.
“A doação será para a compra de suprimentos médicos e preventivos, bem como de materiais e equipamentos de urgência”, lê-se na mesma nota.
A copresidente e diretora executiva da MGM China, com dois casinos em Macau, sublinhou que “este é o momento mais crítico (…) na luta contra a epidemia”.
“Gostaríamos de expressar nossa gratidão pelo esforço incansável e altruísta dos profissionais médicos, (…) especialmente os da linha de frente da província de Hubei, (…) as nossas sinceras condolências às famílias afetadas. (…) A MGM junta-se a todos os companheiros da nossa nação. Superaremos essas dificuldades e daremos as boas-vindas a um amanhã ainda melhor”, acrescentou Pansy Ho, filha do magnata do jogo Stanley Ho.
A irmã, Daisy Ho, presidente do conselho de administração da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), com 22 casinos no território, já fizera o mesmo e com igual objetivo na quarta-feira, ao anunciar a doação de 20 milhões de patacas (2,3 milhões de euros).
Em comunicado, a SJM indicou que a doação tem como fim a aquisição de equipamento de proteção e material médico para ajudar nos esforços de prevenção e de combate à doença na província chinesa de Hubei, onde os primeiros casos de infeção foram detetados.
Já a Sands China, com cinco casinos, tornou pública na quinta-feira a doação de 25 milhões de patacas (2,8 milhões de euros), “para ajudar a enfrentar os atuais desafios de saúde pública causados pelo surto do novo coronavírus”.
Do valor global, 20 milhões de patacas são destinados a “ajudar o continente [chinês] nos seus esforços para combater o vírus, e cinco milhões de patacas [570 mil euros] para apoiar Macau na "implementação de medidas preventivas".
Em 29 de janeiro, a Melco Resorts, que opera quatro casinos no território, tinha anunciado uma doação de 20 milhões de dólares de Hong Kong (2,34 milhões de euros) para Hubei.
Em 02 de fevereiro foi a vez do Galaxy Entertainment Group, com seis casinos, a anunciar também 20 milhões de patacas para ajudar as operações de prevenção e tratamento na mesma província.
O Governo de Macau enviou milhares de funcionários públicos para casa, onde continuam a trabalhar, mas à distância, outra das soluções para combater os perigos do surto, que já causou 636 mortos e infetou mais de 31 mil pessoas na China, onde começou a epidemia, numa cidade do centro do país, Wuhan, capital da província de Hubei.
Na quarta-feira, Macau anunciou o fecho dos casinos, uma medida que deverá manter-se pelo menos durante duas semanas, e de espaços culturais e desportivos, bem como de todo o tipo de negócios, o que praticamente está a paralisar a economia, já em recessão.
Na terça-feira, o chefe do Governo do território, Ho Iat Seng, assumiu que aquelas eram decisões difíceis e iam "causar muitos danos económicos, mas Macau consegue assumir esse risco".
A consultora Fitch Solutions reviu na quinta-feira em baixa a previsão para a evolução da economia de Macau, agravando a previsão de recessão de 3,2%, em 2019, para 3,8% este ano, devido ao novo coronavírus.
No mesmo dia, a agência de notação financeira Fitch Rating apontou que os casinos de Macau, capital mundial do jogo, podem perder três mil milhões de euros nos próximos seis meses.