O secretário-geral do PCP acusou hoje o Governo de querer acabar com as três urgências de obstetrícia da Península de Setúbal ao anunciar a criação de uma urgência regional, considerando que está em causa “um profundo retrocesso”.
“O que o Governo tem que fazer é contratar os médicos, os enfermeiros e os técnicos suficientes para que as três urgências da península de Setúbal, Barreiro e Almada, funcionem na sua plenitude. E não é encontrar as desculpas, nem encontrar os pretextos para cumprir o seu grande objetivo, que é acabar com as três urgências que existem na península e transformar em apenas uma. Isto não é nenhum avanço”, criticou Paulo Raimundo, em declarações à Lusa, na sede da CGTP-IN, em Lisboa.
O líder dos comunistas reagia ao anúncio feito hoje pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no parlamento, de criar a curto prazo uma urgência regional de obstetrícia na Península de Setúbal, com o Hospital Garcia de Orta, em Almada, a funcionar em permanência e o Hospital de Setúbal a receber casos referenciados pelo SNS 24 e pelo INEM.
Paulo Raimundo defendeu que a ministra “está a apresentar como um avanço” representa “um profundo retrocesso” e acusou Ana Paula Martins de ter feito promessas que “nunca tinham o objetivo de ser cumpridas”.
“Não venha agora com aparentes soluções para impor um retrocesso. São três urgências de obstetrícia, Setúbal, Barreiro e Almada, que precisam de ter as condições para funcionarem as três, porque as três fazem falta”, sublinhou.
Na comissão parlamentar de Saúde, a ministra explicou que, para que isto aconteça, é preciso negociar com os sindicatos e falar com as ordens dos Médicos e dos Enfermeiros, uma vez que o Governo já tem a legislação pronta.
No sábado à noite, o Governo, em comunicado, anunciou que as urgências de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, estavam encerradas por falta de médicos, sendo este o único hospital da margem sul que estava a assegurar o serviço no passado fim de semana.