A China reclamou hoje aos países que restringiram viagens e comércio por causa do surto do novo coronavírus que começou no centro do país para levantarem essas limitações, evitando medidas que possam suscitar o pânico.
"Alguns países adotaram uma série de restrições de viagens e comércio, incluindo proibir a entrada de estrangeiros que tenham visitado a China nos últimos 14 dias, rejeitar a entrada de cidadãos chineses com passaportes emitidos na província de Hubei, suspender a emissão de vistos e cancelar voos, entre outras", afirmou o embaixador chinês na ONU, Li Song.
O diplomata falava numa sessão do Comité Executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, onde diariamente é recebido um relatório atualizado sobre a progressão do novo coronavírus que provoca a pneumonia e que já matou mais de 500 pessoas.
Li Song lamentou que outros países estejam a tomar medidas que "vão contra as recomendações da OMS", considerando que aumentam o alarme e estão a "impedir a cooperação internacional para prevenir e controlar o surto".
O diplomata pediu que essas medidas, que Pequim considera excessivas, sejam anuladas.
A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, colocada sob quarentena.
A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica terça-feira.
A OMS declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.